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Emocionado, Willem-Alexander recebe a coroa da Holanda de sua mãe Beatrix

Internacional|Do R7

Maite Rodal. Amsterdã, 30 abr (EFE).- A imagem do novo rei da Holanda, Willem-Alexander, segurando as lágrimas ao receber a coroa holandesa nesta terça-feira, após a abdicação de sua mãe Beatrix, ficará gravada na retina de muitos de seus compatriotas. "Querida mãe, hoje tomei o bastão do trono e estou agradecido, imensamente agradecido, por todos estes anos de dedicação", afirmou Willem-Alexander na sacada do palácio real de Amsterdã, onde aparecia ao lado das duas mulheres mais importantes de sua vida, sua mãe e sua esposa, a já rainha Máxima. O novo rei dos Países Baixos, um território com 16,7 milhões de habitantes e que engloba Holanda, Aruba, Curaçao e Sint Maarten, prestou uma singela homenagem a sua mãe e acrescentou que, "em nome também da rainha, agradecia os presentes por todo apoio e confiança". A história de Willem-Alexander da Holanda é a de um príncipe que preferia não sê-lo, mas que, com empenho e a maturidade adquirida ao passar dos anos, assumiu seu destino. Desde hoje e junto a sua esposa, a argentina Máxima Zorreguieta, o novo rei da Holanda tem o desafio de manter a credibilidade que sua mãe deu à coroa em seus 33 anos de reinado. Nascido no dia 27 de abril de 1967 como primogênito do casamento de Beatrix da Holanda e o aristocrata e diplomático alemão Claus von Amsberg, Willem-Alexander Claus George Ferdinad é o primeiro monarca homem após uma dinastia de mulheres que se prolongou por mais de 100 anos. Aos 46 anos, Willem-Alexander também é o primeiro príncipe europeu que assume o bastão da coroa no século XXI. "Willem-Alexander herda todo o profissionalismo de sua mãe, mas, certamente, deverá ser mais próximo do povo, ou seja, um rei acessível e ao que se pode tocar", afirmou à Agência Efe o historiador Coos Huijsen, especialista na dinastia holandesa. Quando criança, o monarca era espontâneo e brincalhão. Alguns analistas lembram que o mesmo seguia o acento "playboy" que vinha de sua mãe e que já desqualificava a ação da imprensa, a mesma com a qual assinou um pacto depois de adulto para ter a privacidade de sua família preservada. Sua vontade de se manter no anonimato fez com que o mesmo pedisse aos pais que lhe deixassem estudar o ensino médio em um colégio no País de Gales para poder escapar das câmaras, que nos anos 80 repercutiam a depressão sofrida por seu pai após se transformar em príncipe consorte. Durante sua juventude, Willem-Alexander teve que lidar com a fragilidade de seu pai, ao que se sentia muito próximo, e com a ferrenha disciplina imposta por sua mãe. Neste caso, o jeito era buscar o equilíbrio entre a necessidade de liberdade e as exigências de sua categoria, que se tornaram ainda mais rígidas quando sua mãe assumiu a coroa da Holanda em 1980 e sua família se mudou para Haia. Agora, neste novo contexto, o equilíbrio entre os dois pólos citados dependerá em parte de sua atuação em uma monarquia constitucional, que seguramente conduzirá com muito humor: "Guillermo IV, soa como Berta 38 no prado", afirmou Willem-Alexander em sua última entrevista como príncipe para justificar sua preferência por manter seu nome completo. Embora não goste dos números, o príncipe herdeiro holandês entrará para história como Willem-Alexander I. "Willem-Alexander aprendeu muito no passado e é consciente que em uma democracia não há espaço para influências políticas", declarou à Agência Efe Ronald Van Raak, deputado dos socialistas de esquerda (SP) que representa a postura cada vez mais crítica do Parlamento holandês em direção à monarquia. Mesmo sem se destacar durante o curso de História da Universidade de Leiden, onde seus professores diziam que ele era inteligente, mas não intelectual, reconheceu que o período universitário o ajudou a eliminar as dúvidas sobre seu futuro. Neste momento, Willem-Alexander se distanciava da imagem de "príncipe Pils" (uma marca de cerveja) adquirida nesses anos, principalmente após seu compromisso com Máxima, a mulher com a qual se casou no dia 2 de fevereiro de 2002 e com a qual teve três filhas: Catalina-Amalia, Alexia e Ariana. Seu gosto pelo esporte o levou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1998 e fez com que, com apenas 19 anos, participasse da corrida das Onze Cidades, uma rota de 200 quilômetros sobre o gelo na qual o príncipe, cuja identidade não foi descoberta até a linha de chegada, demonstrou ter mais força de vontade do que lhe atribuíam. O compromisso assumido com Máxima Zorreguieta em 2001 transformou o herdeiro, que, ao lado da argentina (uma "bênção" para a família real, segundo a própria Beatrix), ganhou popularidade e conseguiu superar delicados momentos. A renúncia a uma vila de férias em Moçambique, comprada em plena crise econômica e que lhes custou o apelido temporário de "príncipes da 'alta sociedade'", foi um desses episódios. O relacionamento também conteve seu olfato político quando saiu em defesa de seu sogro, Jorge Zorreguieta, cujo envolvimento no regime de Videla semeou muita polêmica. "Um pouco tolo", qualificou Máxima o deslize de seu então prometido. EFE mr/fk (foto)

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