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Engenheiros venezuelanos transformam lixo em peças de carro

Crise incentivou alguns jovens a inovar depois de cinco anos de uma contração econômica causada por políticas fracassadas

Internacional|Do R7

Jovens inovaram em meio à crise econômica
Jovens inovaram em meio à crise econômica Jovens inovaram em meio à crise econômica

Dois jovens engenheiros descobriram uma oportunidade em meio ao colapso econômico da Venezuela — e dentro de um depósito de lixo repleto de equipamentos eletrônicos quebrados.

Eles estão derretendo o lixo plástico e colocando-o em impressoras 3D para fabricar itens sofisticados como peças automotivas, que estão se tornando cada vez mais difíceis de obter no país porque os controles cambiais restringem a importação de materiais básicos.

Albermar Dominguez e John Naizzir só produzem um quilo de filamento plástico por dia, mas pretendem transformar o decadente setor manufatureiro Venezuela tornando-o mais barato para as empresas que dependem de importações caras.

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É um sinal de como uma crise nunca vista incentivou alguns jovens a inovar depois de cinco anos de uma contração econômica causada por políticas econômicas fracassadas e uma queda brusca nos preços globais do petróleo.

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"As pessoas não acreditam que uma tecnologia esteja sendo desenvolvido no país", disse Dominguez, de 26 anos.

Muitos de seus ex-colegas da Universidade Simón Bolívar, em Caracas, já deixaram a Venezuela, juntando-se a um êxodo de mais de 1 milhão de pessoas em fuga da escassez generalizada de alimentos e remédios. A inflação anual chegou perto dos 50 mil por cento, e Caracas é uma das cidades mais perigosas do mundo.

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Dominguez disse que visitou os Estados Unidos para aprender com pessoas da indústria de impressão 3D depois de se interessar pela reciclagem de lixo.

Depois ele voltou para a Venezuela, e juntamente com Naizzir, de 27 anos, começou a revirar o depósito de lixo da universidade, recolhendo carcaças de computadores e impressoras velhas. Mais tarde, sua empresa, a Nedraki, fechou um acordo com uma usina de reciclagem na cidade de Valência para ter acesso a mais material.

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Enquanto a nação era abalada por protestos de rua contra o presidente Nicolás Maduro no início de 2017, os dois produziram seu primeiro metro de filamento plástico.

Hoje a Nedraki fornece o filamento a mais de 13 empresas venezuelanas e produz peças de plástico, como rodas dentadas de transmissão de câmbio, para outras companhias.

Dominguez disse que seu filamento ajuda a abaixar os custos de uma empresa em até 40% eliminando os gastos com a importação e o transporte das peças. A Nedraki vende 1 quilo de filamento por cerca de 17 dólares (aproximadamente R$ 65). 

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