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Entenda a briga entre Elon Musk e a cúpula da Nasa

Discussão entre o bilionário e o administrador interino da agência expõe atrasos no programa lunar e tensões políticas

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A briga entre Elon Musk e Sean Duffy, administrador interino da Nasa, começa após Duffy alegar que a SpaceX está atrasada no programa lunar Artemis.
  • Musk reage com ataques pessoais e críticas à experiência de Duffy, enquanto este defende a abertura de contratos a outros concorrentes como a Blue Origin.
  • O conflito é alimentado por tensões políticas que começaram com a retirada da indicação de Jared Isaacman, aliado de Musk, para chefiar a Nasa.
  • A decisão da Nasa sobre continuar com a SpaceX ou diversificar parcerias pode impactar o futuro da exploração lunar e a influência de Musk no setor espacial.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Empresa de Elon Musk está atrasada com programa lunar Reprodução/Instagram/@elonofficiall

A mais recente polêmica de Elon Musk envolve um embate direto com o administrador interino da Nasa, Sean Duffy, também secretário de Transportes do governo Donald Trump. A troca de farpas começou depois que Duffy afirmou, em entrevistas à Fox News e à CNBC, que a SpaceX estava atrasada no cronograma da missão Artemis, o programa norte-americano que pretende levar novamente astronautas à Lua.


Musk reagiu nas redes sociais com ataques pessoais. No X (ex-Twitter), plataforma que ele próprio controla, o empresário publicou uma série de mensagens ofensivas. Chamou Duffy de “Sean Dummy” (trocadilho com “idiota” em inglês) e afirmou que o chefe interino da Nasa estaria “tentando destruir a agência”. Em outro post, ironizou: “A pessoa responsável pelo programa espacial americano não pode ter um QI de dois dígitos.”


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O bilionário também zombou do passado de Duffy como competidor de escalada em árvores e criou uma enquete perguntando se alguém com essa experiência deveria comandar o programa espacial dos Estados Unidos.


O estopim foi a declaração de Duffy de que a Nasa não pretende depender apenas da SpaceX. Segundo ele, a agência abrirá o contrato de 2,9 bilhões de dólares para outros concorrentes, como a Blue Origin, de Jeff Bezos. “Não vamos esperar por uma empresa só. Vamos vencer a segunda corrida espacial contra os chineses”, disse o administrador.


Em resposta, Musk afirmou que a Blue Origin “nunca colocou uma carga útil em órbita, muito menos na Lua”, e garantiu que sua empresa continua “muito à frente do resto da indústria espacial”. Ele argumentou que o foguete Starship, principal aposta da SpaceX, é o único veículo capaz de cumprir o cronograma lunar.

A tensão entre Musk e a equipe espacial do governo Trump, porém, vem de antes. Em maio, o presidente retirou a indicação de Jared Isaacman, aliado de Musk e piloto bilionário, para chefiar a Nasa. A decisão teria sido motivada pela proximidade de Isaacman com o empresário, o que irritou setores do governo.

Com a nomeação de Duffy em julho, Musk viu a influência de seus aliados na política espacial se enfraquecer. O atrito se agravou após rumores de que Duffy defendia integrar a Nasa ao Departamento de Transportes, proposta que o dono da SpaceX classificou como “o começo do fim da liderança americana no espaço”.

Bethany Stevens, porta-voz da Nasa, afirmou que Duffy apenas “sugeriu que a agência poderia se beneficiar de estar dentro do gabinete presidencial”, mas negou que ele queira manter o cargo permanentemente. Ainda assim, a ideia gerou preocupação entre cientistas que veem a independência da Nasa como essencial para sua credibilidade e autonomia técnica.

Atrasos em programa lunar

O programa Artemis enfrenta atrasos significativos. A missão tripulada Artemis III, que levará dois astronautas ao polo sul lunar, foi adiada para 2027, e há quem preveja nova postergação até 2028. Enquanto isso, a China avança com planos de pousar seus próprios astronautas na Lua até 2030, aumentando a pressão política sobre os Estados Unidos.

A SpaceX, vencedora do contrato de 2021, é responsável pelo desenvolvimento do módulo lunar da missão. Apesar de sucessos comerciais, a empresa sofreu falhas explosivas em testes recentes da Starship, o que alimentou críticas sobre sua capacidade de cumprir os prazos.

Por trás dos ataques públicos, a disputa reflete uma luta por influência na definição da política espacial americana. De um lado, Musk tenta preservar o protagonismo da SpaceX no programa lunar; de outro, Duffy e o governo Trump querem diversificar parcerias e acelerar o retorno à Lua, evitando que a China lidere a próxima era de exploração espacial.

A Nasa deve decidir até o fim de outubro se mantém a SpaceX como principal parceira ou se divide o contrato com outras companhias. O resultado poderá definir não apenas o futuro da Artemis, mas também o alcance do poder político e tecnológico de Elon Musk no espaço.

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