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EUA acreditam que 'El Chapo' pediu tempo ao ar livre para tentar fuga

Promotoria pede que juiz responsável pelo caso não atenda pedido feito pelo advogado do mexicano, solicitando exercício em espaço aberto

Internacional|Da EFE

'El Chapo' foi considerado culpado em fevereiro
'El Chapo' foi considerado culpado em fevereiro

O narcotraficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán, preso em Nova York à espera da divulgação da sentença, pediu ao juiz do seu caso duas horas semanais para fazer exercícios ao ar livre e o governo dos Estados Unidos acredita que ele procura assim uma oportunidade para tentar escapar.

Em carta ao juiz Brian Cogan e à qual a Agência Efe teve acesso, o promotor federal para o distrito leste de Nova York, Richard Donoghue, e o chefe da divisão de Narcóticos do Departamento de Justiça, Arthur Wyatt, expressam a oposição do governo a algumas solicitações que El Chapo fez no início de maio.

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A defesa de El Chapo, condenado por dez crimes de tráfico de drogas em fevereiro e que receberá a sentença em 25 de junho, solicitou diretamente ao juiz duas horas extras fora da cela, acessórios para dormir melhor, e seis garrafas de água por semana, entre outros benefícios.


De acordo com o governo, o único espaço externo possível para presos de alta periculosidade no Metropolitan Correctional Center (MCC) é uma área de recreação em um terraço coberto por arame, desde que o lugar foi cenário de uma fracassada tentativa de fuga em 1981, quando dois detentos armados enfrentaram 100 policiais.

"Neste caso, a agência de Prisões considerou, e rejeitou, a possibilidade de dar aos presos SAM (com medidas especiais) um tempo extra de exercícios na parte externa, porque isso é razoavelmente vinculado ao interesse criminológico legítimo: evitar fugas do MCC", explicam os promotores.


"Qualquer tempo de exercício externo seria particularmente problemático para este acusado", diz a carta, já que Guzmán "planejou e executou com sucesso fugas elaboradas de duas instituições penais de alta segurança", em 2001 e 2015.

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Em referência aos antecedentes de 1981, quando comparsas de detentos sequestraram um helicóptero pra facilitar uma fuga, os promotores asseguram que escapar "pelo terraço, usando um helicóptero", seria simples para El Chapo se comparado ao sofisticado túnel que ele construiu em uma das fugas.


Além disso, segundo indicam, uma das razões pelas quais ele está submetido a medidas especiais é para evitar que se comunique "com outros membros do cartel de Sinaloa ou parceiros no crime que possam dar ordens em seu nome" e, se pudesse fazer exercícios ao ar livre regularmente, haveria risco disso acontecer.

Segundo o texto, El Chapo já tem uma alternativa para fazer exercícios: cinco horas semanais em uma área com bicicleta, entre outros equipamentos, com uma janela que "dá acesso a ar fresco e luz do sol".

Outro pedido do traficante é sobre o uso de tampões de ouvido para poder dormir e que a prisão negou. Os promotores descartam esse pedido porque, em caso de emergência, o detento pode não ouvir os guardas ou ignorá-los deliberadamente.

El Chapo também pediu para frequentar a cooperativa onde os presos podem comprar objetos, mas os promotores lembram que presos com medidas especiais não podem ter acesso a esses objetos porque eles podem virar armas.

Por fim, a promotoria pede ao juiz que descarte por irrelevância a solicitação de El Chapo de receber seis garrafas de água por semana, já que, segundo os registros, elas já são entregues desde abril.

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