EUA: homem é acusado de estuprar menina de 10 anos forçada a ir para outro estado para fazer aborto
Após Suprema Corte derrubar direito constitucional ao procedimento, Ohio criminalizou o aborto depois da sexta semana de gravidez; gestação da vítima ultrapassou três dias
Internacional|Do R7, com Reuters
Um homem de Ohio, nos Estados Unidos, foi acusado na última quarta-feira (13) de estuprar uma menina de 10 anos que precisou viajar para Indiana, estado vizinho, para fazer um aborto. A criança precisou sair de seu estado porque recentemente a Suprema Corte derrubou o direito constitucional ao procedimento.
Após a mudança, o estado de Ohio criminalizou o aborto depois da sexta semana de gravidez - antes que muitas mulheres percebam que estão grávidas. Segundo o veículo Indianapolis Star, a gestação da vítima estava três dias além do limite. O estado não inclui exceções para estupro ou incesto.
Alguns conservadores questionaram a veracidade da história quando a notícia foi publicada. No entanto, de acordo com registros do tribunal, Gerson Fuentes foi preso na última terça-feira e acusado de cometer o estupro no dia seguinte. A polícia disse que o homem de 27 anos pode estar nos Estados Unidos ilegalmente.
Um investigador da polícia testemunhou no tribunal que Fuentes estuprou a menina pelo menos duas vezes. O oficial acrescentou que a criança fez o aborto na cidade de Indianápolis no final de junho.
O democrata e presidente americano Joe Biden destacou o caso em comentários a repórteres sobre o acesso ao aborto: "Alguns estados não permitem exceções para estupro ou incesto. Isso não é um horror imaginário. Já está acontecendo."
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"Imagine ser aquela garotinha de 10 anos. Alguém acredita que a opinião da maioria é que isso não deveria ser tratado? Ou que em qualquer outro estado do país, uma menina de 10 anos deveria ser forçada a dar à luz ao filho de um estuprador? Posso lhe dizer o que sei. Não consigo pensar em nada mais extremo."
Fuentes está sendo mantido sob fiança de 2 milhões de dólares e irá passar por uma audiência preliminar ainda neste mês.
Um advogado de defesa nomeado pelo tribunal não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.