Ex-assessor de Humala acusado de corrupção se entrega autoridades bolivianas
Internacional|Do R7
La Paz, 20 jan (EFE).- O empresário foragido peruano Martín Belaúnde Lossio se entregou nesta terça-feira à polícia em La Paz, na Bolívia, horas depois de a Suprema Corte deste país autorizar sua prisão preventiva "com fins de extradição", informou uma fonte oficial. Após saber da decisão do TSJ, Belaúnde contatou a polícia boliviana e comunicou sua localização, disse o ministro boliviano de governo, Jorge Pérez. Belaúnde, ex-assessor do presidente peruano, Ollanta Humala, é acusado em seu país de corrupção e estava escondido em uma casa particular em um bairro no oeste de La Paz. O empresário foi levado para as dependências da Força Especial de Luta Contra o Crime (FELCC), embora o mandado do TSJ determinasse que ele deveria ficar no escritório da Comissão Nacional do Refugiado (Conare), à espera de essa instância resolva a solicitação de asilo de Belaúnde. O ministro de governo assinalou que "após sabermos publicamente que tinha saído uma resolução emitida pelo Tribunal Supremo de Justiça em Sucre, o senhor Belaúnde se comunicou com soldados da polícia boliviana, indicando que tinha tomado conhecimento da situação e o lugar em que se encontrava". Segundo Pérez, o empresário peruano afirmou "que não estava fugindo da justiça boliviana nem de ninguém". Horas antes, o presidente do TSJ, Jorge Von Borries, explicou que "as autoridades peruanas terão que reunir provas e pedir sua extradição", indicou. Belaúnde Lossio, assessor do presidente peruano Ollanta Humala na campanha para as eleições de 2006, é acusado de favorecer empresas particulares em contratos com o Estado peruano em governos regionais e obter lucros pessoais. Em maio um tribunal no Peru ordenou sua prisão preventiva durante 18 meses. Segundo o governo peruano, o empresário é autor de crimes contra a administração pública, peculato e formação de quadrilha e tem uma ordem de captura internacional desde 11 de setembro de 2014. Belaúnde Lossio se apresentou há uma semana ao Conare em La Paz para continuar com o processo de sua solicitação de refúgio neste país, após afirmar dias antes que temia por seu segurança no Peru e que por isso pediu refúgio político na Bolívia. Ele contou ter chegado à Bolívia no início de dezembro e que cruzou a fronteira pela cidade de Desaguadouro sem ajuda além da de alguns amigos. "Eu escapei só. Fiz minha própria estratégia. Quem poderia ajudar no governo se são os que me perseguem? O que fiz foi restringir minha liberdade diante de um atentado contra ela", indicou Belaúnde.EFE lcl-gb/cd (foto)