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Ex-líder golpista do Haiti diz lutar contra "anarquistas" e instabilidade se espalha

Internacional|Do R7

PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Um ex-líder golpista haitiano procurado pelos Estados Unidos por contrabandear cocaína convocou seus partidários neste domingo para resistir aos "anarquistas" que forçaram o cancelamento de uma eleição presidencial, em um sinal de profunda polarização que poderia levar a mais instabilidade.

O ex-rebelde, Guy Philippe, convocou protestos e disse que não iria reconhecer qualquer governo de transição colocado em prática após o presidente Michel Martelly deixar o cargo em 7 de fevereiro, a menos que seja representativo das províncias.

"Estamos prontos para guerra", disse Philippe. "Iremos dividir o país".

Não está claro quanto apoio Philippe conseguirá reunir, mas ele continua popular em sua fortaleza em Grande-Anse, no sul do país, e o tom de suas declarações reforçam a grande polarização da crise política.


O Haiti deveria escolher um substituto para Martelly neste domingo, mas a corrida presidencial com dois candidatos foi adiada indefinidamente após o candidato da oposição Jude Celestin se recusar a participar por suposta fraude, o que gerou violência e protestos antigovernamentais.

Dado o curto espaço de tempo, alguma forma de governo interino deverá ser formada para supervisionar o processo eleitoral.


Martelly disse que as alegações de fraude são infundadas, mas críticos acreditam que ele favoreceu indevidamente seu candidato à sucessão, o exportador de bananas Jovenel Moise, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições em outubro.

Neste domingo, apoiadores de Moise a favor da eleição protestaram pela primeira vez, usando caminhões para bloquear uma estrada do norte, considerada uma importante rota de comércio com a vizinha República Dominicana, disse o chefe da polícia regional Charles Nazaire Noel.


Desde a derrubada da ditadura da família Duvalier que durou de 1957 a 1986, sucedida de vários golpes militares e fraudes, o Haiti tem sido incapaz de construir uma democracia estável.

(Por Joseph Guyler Delva e Andres Martinez Casares)

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