Fed não prevê alta em taxas de juros nos EUA pelo menos até abril
Internacional|Do R7
Washington, 17 dez (EFE).- O Federal Reserve (Fed), banco central americano, encerrou sua última reunião do ano nesta quarta-feira sem definir uma data para a esperada alta das taxas de juros de referência, prevista para 2015, embora a presidente Janet Yellen tenha dito ser "improvável" que isso aconteça antes de abril. Ao término da reunião de dois dias de análise da política monetária do país, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central americano indicou em comunicado que será "paciente" na hora de determinar quando será o momento de elevar os juros, que estão entre 0% e o 0,25% desde dezembro de 2008. A mudança na linguagem do comunicado do Fomc, que até agora tinha se comprometido a manter invariáveis os juros de referência "por um tempo considerável", foi aprovado por sete dos 10 membros do comitê, o que refletiu as divisões existentes dentro do Fed. Em entrevista coletiva a presidente do Fed, Janet Yellen, antecipou que é "improvável" que a alta dos juros seja definida nas próximas duas reuniões do órgão, ou seja, antes de abril de 2015. Yellen reforçou que será a evolução do crescimento econômico e da inflação que ditará o momento apropriado para a alta de juros. Embora os economistas prevejam que a primeira alta dos juros não acontecerá antes de meados de 2015, alguns analistas apontaram que poderia ocorrer antes do previsto se a economia continuar a melhorar. Em seu comunicado, o Fomc destacou que a primeira economia mundial continua crescendo "a um ritmo moderado", após registrar entre abril e setembro seu maior semestre de expansão desde meados de 2003. Além disso, o comitê avaliou a sólida melhora no mercado de trabalho, especialmente depois do dado de novembro, mês em que a economia gerou 321 mil empregos, o melhor número em quase três anos. Junto do desemprego, que se manteve em 5,8% em novembro, a outra preocupação do Fed é a inflação, que caiu 0,3% em novembro, a maior baixa mensal desde dezembro de 2008, e ficou em 1,3% anualizado, divulgou hoje o Departamento de Trabalho. A meta inflacionária de longo prazo do Fed é de 2% e em suas projeções divulgadas hoje considerou que o índice se manterá entre 1% e 1,6% durante todo o ano de 2105. Segundo o comunicado emitido hoje, o Fed "continua monitorando a evolução da inflação muito de perto". A redução da inflação em novembro foi a maior desde dezembro de 2008, e se deveu fundamentalmente à queda dos preços da energia diminuíram pelo quinto mês consecutivo. Mês passado o custo da gasolina caiu 6,6%, de acordo com o relatório do governo. "A gasolina mais barata foi algo positivo para os consumidores e, caso se mantenha, deveria encorajar um maior consumo das famílias e apoiar o crescimento nos Estados Unidos", afirmou Jim Baird, analista de investimentos da agência Motim Moram Financial Advisors, em comunicado. No final de outubro, o Fed pôs um fim ao multimilionário programa de estímulo monetário através da compra de bônus. A terceira e última rodada de "relaxamento quantitativo", ou injeção de liquidez mediante a compra de bônus do tesouro e ativos respaldados por hipotecas, tinha sido lançada em 2012 pelo antecessor de Yellen, Ben Bernanke. Bernanke, com Yellen como vice-presidente, recorreu a estas "medidas monetárias não convencionais" em três rodadas: 2008, 2010 e 2012. EFE mb/cd