Fernandez chama de 'inadmissível' greve de policiais de Buenos Aires
Após o anúncio do aumento salarial, os lugares onde os policiais se reuniam ficaram vazios, dando a entender que a greve pode ter acabado
Internacional|Da EFE

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, classificou nesta quinta-feira (10) como "inadmissíveis" os protestos protagonizados pelos policiais da província de Buenos Aires, região mais rica e populosa do país, onde os agentes reivindicam reajustes salariais.
"Estamos resolvendo inúmeras situações como essa, o que acontece é que elas não vêm à tona. O que você não pode é ter uma polícia que tem que cuidar de uma pandemia, como estava ontem", disse o mandatário, em entrevista à "Radio con Vos", da Argentina.
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Nesse sentido, Fernández chamou o ato de ontem - que incluía manifestações de pessoas armadas e com viaturas de polícia em frente à residência oficial da presidência - de "inadequado", embora tenha reiterado que se tratar de uma "demanda justa, pois há um atraso de muitos anos e esse atraso estava gerando um desconforto" nesses policiais.
"(É) um protesto que eu digo ter um histórico razoável devido ao atraso salarial, como muitos outros funcionários públicos, mas a forma é inadmissível", disse ele, acrescentando que punir ou não os agentes por esse protesto é uma questão para o governador da província de Buenos Aires, o kirchnerista Axel Kicillof.
Mesmo tratando-se de uma reclamação que não é nova, o presidente reconheceu que "as coisas se precipitaram" depois do que foi visto ontem, destacando que sua maior preocupação eram os cidadãos que estavam "indefesos" devido à atitude da polícia.
O governador da Província de Buenos Aires, Axel Kicillof, anunciou hoje melhorias salariais para a Polícia da Província de Buenos Aires (Argentina). De acordo com o jornal Clarín, após o anúncio, os principais lugares onde se reuniam os policiais paralisados ficaram vazios, dando a entender que a greve pode ter acabado.
Cerco ao presidente
A residência presidencial de Olivos foi um dos principais pontos do protesto de ontem, depois que a força policial de Buenos Aires, composta por 90 mil militares, começou a realizar manifestações na noite da última segunda-feira em vários pontos da extensa província.
Além do reajuste salarial, que a maioria das autoridades admite como válida, o protesto nas ruas gerou uma forte rejeição por parte do governo e líderes da oposição.
Tanto a polícia como os militares não têm direito à representação sindical e, portanto, não estão autorizados a usar a força, e os protestos são interpretados como uma violação do regime disciplinar e, em alguns casos, podem ser interpretados como possível intimidação as autoridades.