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FMI e Banco Mundial querem enfrentar a mudança climática e a desigualdade

Internacional|Do R7

Alfonso Fernández. Washington, 21 mai (EFE).- O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem "adaptar-se" à nova realidade global e encarar desafios como a mudança climática e a desigualdade econômica, afirmaram nesta quarta-feira Jim Yong Kim e Christine Lagarde, seus respectivos líderes. "O objetivo deve ser não só o crescimento econômico, mas também um crescimento partilhado e inclusivo, que leve em conta, além disso, poderosas forças como a mudança climática", declarou Kim, em seu discurso na reunião anual do Comitê Bretton Woods, realizada em Washington. O encontro, intitulado "Multilateralismo na era da austeridade", se baseou nos desafios das grandes instituições financeiras internacionais após a grande crise vivida nos últimos anos. Kim enfatizou que uma de suas "metas" à frente do Banco Mundial é reorganizá-lo para que não seja "exclusivamente uma entidade de empréstimo de recursos" e aproveite seu "conhecimento adquirido" para ensinar "como impulsionar o desenvolvimento". Por sua parte, Lagarde enfatizou a necessidade que estas organizações "se adaptem" às novas circunstâncias globais e mostrem uma "maior flexibilidade" na hora de responder às novas reivindicações que se geram. "A mudança climática também tem efeitos sobre os recursos fiscais e a crescente desigualdade econômica afeta a estabilidade e a capacidade de crescimento", declarou a ex-ministra de Economia da França. Neste sentido, se permitiu uma autocrítica ao reconhecer que o Fundo tradicionalmente tinha sido uma instituição "reticente ao risco". "Se você não tolera o pensamento lateral, reflexões fora do habitual, tem como consequência que não é um bom detector de riscos", disse Lagarde ao comentar os erros do Fundo quanto a fazer soar os alarmes sobre a crise financeira antes que esta explodisse. No entanto, apontou que o organismo tinha mostrado uma "boa capacidade de adaptação" nos últimos anos, e deu como exemplo a gestão da crise de dívida na zona do euro, em cujos programas de assistência financeira participou junto com o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia. "É um modo de atuação totalmente inovador. Não era o modo habitual de fazer negócios por parte do FMI, sentar-nos na mesa de negociação com um banco central, e participar em 30% dos programas", ressaltou Lagarde. Neste sentido, a diretora-gerente do FMI destacou o papel exercido pela instituição na hora de suavizar os ritmos de consolidação fiscal na zona do euro, especialmente nos três países que precisaram solicitar um programa de ajuda financeira (Portugal, Irlanda e Grécia). "Acho que o caminho de consolidação fiscal aplicado, que foi rigoroso, mas sensato, não teria acontecido, ou pelo menos não na mesma velocidade, se o FMI não estivesse dentro das negociações", afirmou perante a seleta audiência na qual estavam o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) Paul Volcker, e o senador e ex-candidato presidencial republicano John McCain. O comitê Bretton Woods é uma organização fundada em 1983 que inclui diversas personalidades americanas, como os ex-presidentes George H.W. Bush e Jimmy Carter, dedicada a ressaltar a importância dos entes financeiros para promover um desenvolvimento econômico global. EFE afs/rsd

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