Haiti: primeiro-ministro renunciará para Ariel Henry assumir o cargo
Assassinato de Jovenel Moise desencadeou um problema de sucessão por ter ocorrido no final do mandato do presidente
Internacional|Do R7
O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, que comanda o Haiti desde o assassinato do presidente Jovenel Moise, em 7 de julho, renunciará ao cargo e cederá o poder a Ariel Henry, segundo confirmou à Agência Efe o ministro de Assuntos Eleitorais, Mathias Pierre.
Henry foi nomeado primeiro-ministro dois dias antes da morte de Moise, mas não chegou a tomar posse. No sábado passado (12), ele recebeu apoio das Nações Unidas e de um grupo de países para formar governo.
A transição do poder ocorrerá nesta terça-feira (20). A previsão é que Claude Joseph permaneça no novo governo liderado por Henry, no cargo de ministro das Relações Exteriores, afirmou o premiê interino ao jornal "Le Nouvelliste".
No sábado passado, o Core Group, grupo de embaixadores mais influentes em Porto Príncipe, expressou apoio explícito a Henry como primeiro-ministro.
Em comunicado, esse grupo pediu a formação de um governo de consenso e inclusivo, e incentivou Henry a continuar com "a missão recebida para formar governo".
O Core Group é formado pelos embaixadores de Brasil, Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha, Canadá e União Europeia, além dos representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA) no país.
A morte de Moise desencadeou um problema de sucessão. Por ter ocorrido no final do mandato do presidente, a Constituição prevê que o Parlamento deve eleger um chefe de Estado interino para terminar o período presidencial.
Isso não foi possível porque o Parlamento está inoperante desde janeiro de 2020 devido ao adiamento das eleições legislativas de 2019.
Claude Joseph, que atua como primeiro-ministro interino desde abril, se manteve no poder após a morte de Moise, já que Ariel Henry não chegou a tomar posse, embora tenha sido nomeado por decreto publicado em 5 de julho.
A troca de poder ocorrerá poucos dias antes do funeral de Estado de Moise, que será realizado nesta sexta-feira (23) em Cap-Haitien, a cidade mais importante do norte do país.