Herói na luta contra 'apartheid', Andrew Mlangeni morre aos 95 anos
Mlangeni, um membro respeitado do Congresso Nacional Africano, havia sido internado ontem em um devido a um desconforto abdominal
Internacional|Da EFE

O herói da África do Sul na luta contra o regime racista do "apartheid" Andrew Mlangeni, antigo companheiro de prisão de Nelson Mandela, morreu aos 95 anos, segundo informou nesta quarta-feira hoje o presidente do país, Cyril Ramaphosa.
Mlangeni, um membro respeitado do CNA (Congresso Nacional Africano), foi internado ontem no Hospital Militar Thaba Tshwane, em Pretória, devido a um desconforto abdominal.
Influência e luta contra o racismo
Em sua conta oficial no Twitter, Ramaphosa afirmou que a morte de Mlangeni "significa o fim de uma história geracional e coloca nosso futuro diretamente em nossas mãos".
"Ele foi um defensor e um exemplo dos valores que precisamos para construir uma África do Sul que ofereça dignidade e oportunidades para todos e ocupe seu lugar de direito na comunidade global de nações", destacou o chefe de Estado, que participou no mês passado da festa de aniversário de Mlageni.
Nascido em 6 de junho de 1925, o lendário ativista foi o último sobrevivente do famoso julgamento de Rivonia (1964), no qual foi condenado à prisão perpétua, junto com o ex-presidente e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela e outros companheiros, por seus ações contra o sistema segregacionista do "apartheid".
Tal como Mandela, Mlangeni foi mantido na prisão de Robben Island, ao norte da Cidade do Cabo (sudoeste), onde passou 27 anos.
"Foi uma inspiração para bilhões de pessoas, simbolizando os valores da esperança e da paciência. Criou esperança quando não havia nada", disse Andrew Mlangeni sobre Mandela, durante o funeral do primeiro presidente negro da África do Sul, em 10 de dezembro de 2013.
Após sua libertação, o ativista atuou como membro do parlamento do CNA de 1994 a 1999 e entre 2009 e 2014, quando se retirou da vida política.
Mlangeni recebeu a medalha "Isithwalandwe/Seaparankwe", a mais alta honraria conferida pelo CNA àqueles que se destacaram por sua extraordinária contribuição na batalha para acabar com as injustiças do sistema segregacionista.
Em 1999, ele recebeu a "Ordem Presidencial por Serviços Meritórios" do então presidente Nelson Mandela.