iPhone pode ficar mais caro após taxação de Trump a países asiáticos; entenda
Cerca de 90% dos telefones da Apple são produzidos na China, que foi taxada em 34%
Internacional|Do R7

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (2) novas tarifas de importação, que variam entre 10% e 49% e afetam diferentes países. As grandes big techs também foram impactadas pelas medidas.
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Já na manhã seguinte ao anúncio, as ações da Apple registraram forte queda, reflexo direto das novas taxas aplicadas sobre produtos vindos de países asiáticos. A nova taxação passa a valer neste sábado (5).
Para o vice-presidente de pesquisa da Counterpoint Research, Neil Shah, Donald Trump tenta forçar as grandes marcas a abrirem fábricas e produzirem seus produtos dentro dos Estados Unidos.
“A lógica [de Trump] talvez seja tornar um telefone tão caro que as marcas vão querer produzi-lo nos EUA. O problema é que isso não vai acontecer sem grandes subsídios e com mão de obra barata e qualificada. Não há nenhuma vantagem em produzir nos EUA”, disse.
Por que os países asiáticos?
Os Estados Unidos são grandes importadores de produtos do continente asiático. Ainda assim, o “tarifaço” será aplicado principalmente a países com os quais os EUA mantêm um déficit comercial, ou seja, quando o volume de importações supera o de exportações. Os países asiáticos, nesse contexto, foram os principais alvos das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
A China foi taxada em 34%; o Vietnã, em 46%, e a Índia em 26%, enquanto Japão teve 24%, a Coreia do Sul, 25%, e Taiwan, 32%.
Todos esses países são fornecedores de empresas de tecnologia. Eles fornecem desde a fabricação completa de um smartphone, por exemplo, a equipamentos para construção de datacenters ou treinamentos de inteligência artificial.
Em 2017, o CEO da Apple, Tim Cook, explicou ao programa 60 Minutes, a razão da empresa concentrar a manufatura de produtos da marca na China.
“A razão é expertise, e a quantidade de expertise em uma só localidade, além do tipo de expertise”, disse.
Para produzir o iPhone são necessárias “ferramentas muito avançadas”, acrescentou.
De acordo com o CEO, na China a quantidade de pessoas capacitadas que poderiam montar um iPhone é muito superior ao encontrado nos Estados Unidos.
“Você poderia encher vários campos de futebol com pessoas especializadas”, finaliza.
O iPhone vai ficar mais caro?
Segundo a Evercore ISI, cerca de 90% dos telefones da Apple são produzidos na China, e com a nova taxação de 34%, o preço do iPhone tende a acompanhar os novos valores.
Com a maioria dos iPhones do mundo sendo fabricados por lá, nos últimos anos, a Apple buscou diversificar os lugares para aliviar o preço de produção de seus produtos.
A estratégia adotada pela big tech foi redistribuir a fabricação de seus demais produtos para outros países asiáticos, como Índia e Vietnã, buscando minimizar os impactos das tarifas e manter a cadeia de produção ativa.
Sendo assim, Macbooks, iPads, Apple Watches e AirPods são fabricados na Malásia, Vietnã e Tailândia que sofreram 36% de taxação no novo decreto.
Para completar, muitas peças para a montagem dos produtos vêm de países como Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
Locais onde são fabricados a maioria dos processadores usados em todo o mundo.
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