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'Jamais renunciarei', diz ex-presidente peruano Pedro Castillo

Político foi preso na última semana após decretar estado de exceção e reivindicar a dissolução do Congresso do país

Internacional|Do R7

Pedro Castillo em evento oficial durante mandato como presidente do Peru
Pedro Castillo em evento oficial durante mandato como presidente do Peru

O ex-presidente peruano Pedro Castillo disse nesta terça-feira (13) que jamais renunciará ao cargo e pediu aos militares e à polícia que parem de reprimir as manifestações que deixaram sete mortos e dezenas de feridos desde domingo (11), após o autogolpe fracassado.

"Jamais renunciarei e abandonarei esta causa popular que me trouxe até aqui. Daqui quero exortar as Forças Armadas e a Polícia Nacional a depor as armas e parar de matar este povo sedento de justiça”, disse Castillo em uma audiência judicial que avalia recurso à prisão provisória.

"Estou detido injusta e arbitrariamente, não sou ladrão, estuprador, corrupto ou bandido", acrescentou o ex-governante em uma audiência virtual, que avaliou um recurso contra a prisão preliminar de sete dias.

"Nunca cometi crime de conspiração ou rebelião", disse, dirigindo-se ao juiz supremo César San Martín, o mesmo juiz que condenou o ex-presidente Alberto Fujimori em 2009.


Castillo foi detido pela polícia há uma semana, após o autogolpe fracassado e a posterior destituição pelo Congresso. A vice-presidente Dina Boluarte assumiu imediatamente a chefia do Estado, conforme previsto na Constituição.

As violentas manifestações contra Boluarte persistem com inúmeras estradas bloqueadas em 13 das 24 regiões do país, segundo um relatório da polícia.


As regiões mais agitadas estão no sul, onde estão localizadas a cidade turística de Cusco e Arequipa, a segunda cidade mais populosa do país, e Apurímac, região natal de Boluarte. As áreas se tornaram o epicentro dos protestos.

No norte, as regiões mais conturbadas são La Libertad e Cajamarca, cidade natal de Castillo. Os protestos também ficaram violentos em Lima.


Houve confrontos desiguais entre manifestantes radicais e policiais em uma batalha na rua. Um lado utilizou armas artesanais e pedras, enquanto os agentes usaram armas de fogo e gás lacrimogêneo.

Vários sindicatos agrários e indígenas convocaram nesta terça-feira uma "greve por tempo indeterminado", para exigir eleições gerais.

Por afetar principalmente as áreas rurais do Peru, o ato não repercutiu muito até o meio da manhã. Entretanto, a greve já causou a suspensão do serviço ferroviário entre Cusco e a cidadela inca Machu Picchu, joia do turismo peruano.

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O aeroporto de Cusco também foi fechado na noite desta segunda-feira (12) depois de manifestantes tentarem tomá-lo. Centenas de passageiros ficaram presos.

Boluarte busca negociar com o Congresso o adiantamento das eleições gerais, de julho de 2026 para abril de 2024.

Na última quarta-feira (7), em um recado ao país, Castillo ordenou a dissolução do Parlamento e a intervenção do sistema judicial, horas antes de os parlamentares debaterem a destituição por suposta corrupção.

O ex-presidente foi detido por guarda-costas enquanto se dirigia à embaixada mexicana para pedir asilo. O Ministério Público, que o investigava por corrupção, acusou-o de "rebelião" e "conspiração" em flagrante.

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