Manifestantes atacam carro fúnebre de nazista na Itália
O corpo de Erich Priebke está sendo velado na cidade de Albano
Internacional|Ansa

O carro fúnebre que levava o corpo do nazista e ex-oficial da SS Erich Priebke foi atacado por manifestantes nesta terça-feira (15), ao chegar à cidade de Albano, próximo de Roma, onde está sendo velado.
Partidários e contrários a Priebke entraram em confronto diante da igreja de Albano durante o velório.
Eles se atacaram com gritos e insultos, enquanto centenas de pessoas gritavam "somos todos antifascistas". O velório está sendo realizado no Instituto Pio 10, pertencente aos Lefebvrianos, que aceitaram receber o corpo do nazista. A cerimônia foi fechada ao público e celebrada em latim.
Morre aos 98 anos o criminoso de guerra nazista Laszlo Csatary
Sobrevivente relembra revolta em campo de extermínio nazista 70 anos depois
Organizações sociais italianas e até autoridades municipais de Albano, porém, criticaram que o corpo fosse velado na cidade, local de nascimento do judeu Marco Moscati, assassinado por Priebke em 1944.
Após o velório, o corpo de Priebke pode ser levado a Roma para cremação, segundo informou o prefeito de Albano, Nicola Marini. O advogado do nazista, por sua vez, declarou que ainda não foi definido o local em que serão depositadas as cinzas de Priebke.
"Não decidimos nada ainda sobre sua sepultura. Todas as opções estão abertas. O que faremos é assegurar a dignidade do senhor Priebke, como pessoa", disse o advogado Paolo Gianchini.
Priebke morreu na última sexta-feira, na capital italiana, aos 100 anos de idade. Desde então, são constantes as polêmicas em relação ao local onde o corpo do nazista será sepultado.
Muitas cidades, como Roma e Bariloche (na Argentina e onde Priebke viveu após a Segunda Guerra Mundial) negaram a autorização para o funeral. Erich Priebke foi um Hauptsturmführer (capitão) da SS — organização militar ligada ao partido nazista de e a Adolf Hitler — durante a Segunda Guerra Mundial. Ele viveu cerca de 20 meses como prisioneiro de guerra, mas conseguiu fugir para a Argentina.
Após ser identificado por uma emissora de televisão, foi extraditado em 1995 à Itália para responder por crimes de guerra. Em 1998, ele foi condenado à prisão perpétua por participação no Massacre das Fossas Ardeatinas, em Roma, em março de 1944, no qual 335 civis italianos perderam a vida pelas mãos das forças nazistas.