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Metal raro que só a China produz está por trás de ameaça de tarifa de 200% pelos EUA; entenda

Disputa comercial se intensifica com restrições chinesas à exportação de samário, metal essencial para ímãs de equipamentos militares

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Os EUA ameaçam impor uma tarifa de 200% sobre produtos chineses devido a restrições na exportação de samário, um metal essencial para ímãs em equipamentos militares.
  • A China controla a produção global de terras raras e implementou licenças especiais para a exportação de samário, exigindo informações sobre os usuários finais.
  • A interrupção do fornecimento de samário ocorre em um momento crítico, com estoques de armamentos dos EUA reduzidos devido a conflitos recentes.
  • A China justifica suas restrições como uma medida de segurança nacional, enquanto os EUA buscam diversificar suas fontes de materiais raros.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em fotografia divulgada em 5 de março de 2025 Divulgação/Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (25) impor uma tarifa de 200% sobre produtos chineses caso a China não forneça ímãs aos EUA. A declaração, feita em meio à disputa comercial entre os dois países, foi relatada pela agência de notícias Reuters.

A tensão gira em torno do controle chinês sobre terras raras, especialmente o samário, um metal essencial para a fabricação de ímãs de alta performance usados em equipamentos militares.


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A China, que domina a produção global de terras raras, impõe restrições severas à exportação de samário desde 4 de abril. O mineral é crucial para ímãs que resistem a temperaturas extremas, suportando calor suficiente para derreter chumbo sem perder propriedades magnéticas.

Esses ímãs são usados em mísseis, caças – como o famoso F-35, um dos mais modernos da frota norte-americana e que é composto por cerca de 23 kg de imã de samário por unidade – e bombas inteligentes.


Restrições estratégicas

Em abril, em retaliação ao aumento de tarifas pelos EUA, o governo chinês incluiu ímãs e outros itens de terras raras em uma lista de restrições de exportação, exigindo licenças especiais para sete tipos de metais, incluindo o samário.

A China, que controla a maior parte do fornecimento global de terras-raras e seus ímãs, justificou a medida como necessária para “salvaguardar a segurança nacional” e “cumprir obrigações internacionais, como a não proliferação”.


Desde então, o país asiático passou a exigir licenças especiais para exportações de sete tipos de metais de terras-raras, incluindo o samário, que possui poucas aplicações civis, como o uso do radioisótopo Samário-153 no tratamento de metástases ósseas de câncer.

As regras estabeleceram que as licenças para vender esse material ao exterior só seriam concedidas após a China avaliar quem será o usuário final do mineral. Isso significa que as empresas ou governos que compram o samário precisam informar à China exatamente quem vai usar o material e para quê.


Exigindo saber quem é o usuário final, a China passou a poder bloquear ou limitar a exportação do samário em ocasiões em que o uso do mineral estivesse ligado a propósitos militares que contrariem seus interesses estratégicos – como é o caso dos EUA, em que muitos compradores do mineral são contratantes militares.

Busca por terras raras

A retomada do fluxo de terras-raras é uma prioridade para os EUA, mas Michael Hart, presidente da Câmara Americana de Comércio na China, disse ao jornal The New York Times que é improvável que o país asiático elimine completamente o sistema de licenciamento.

Por mais de uma década, os Estados Unidos não conseguiram desenvolver uma alternativa ao fornecimento chinês de samário, apesar de possuírem depósitos do mineral, como na Mountain Pass Rare Earth Mine, na Califórnia, segundo o Times.

De acordo com o jornal, o governo de Joe Biden chegou a planejar a construção de duas unidades de produção de samário, mas os projetos não avançaram por razões comerciais. No Brasil, a monazita, principal fonte de samário no país, também não é explorada em larga escala devido aos altos custos de extração e separação, segundo a USP (Universidade de São Paulo) e a IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

Em julho, o governo dos EUA anunciou um acordo estratégico para se tornar o maior acionista da MP Materials, empresa que opera a única mina de terras raras em funcionamento no país, localizada em Mountain Pass.

As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos, descobertos na Suécia no final do século 18, com propriedades únicas que os tornam indispensáveis para a economia global.

Esses minerais são fundamentais para a fabricação de ímãs permanentes. Dois dos elementos mais valiosos, o neodímio e o praseodímio (NdPr), estão no centro do acordo entre o governo norte-americano e a MP Materials.

Impactos em conflitos

A interrupção no fornecimento de samário ocorre em um momento delicado. Os estoques de armamentos avançados dos EUA e da Europa foram severamente reduzidos devido aos envios para a Ucrânia, após a invasão russa, e para Israel, durante o conflito na Faixa de Gaza.

Além disso, os esforços do governo de Donald Trump para armar Taiwan, que Pequim reivindica como seu próprio território há anos, intensificaram as tensões. A China impôs sanções a empresas militares norte-americanas por seu papel no fornecimento de armas à ilha, proibindo companhias e indivíduos chineses de manterem laços financeiros com esses contratantes.

As regulamentações do Departamento de Defesa dos EUA exigem que a fundição ou moldagem de ímãs militares seja feita dentro do país ou em nações aliadas, mas permitem que os ingredientes sejam importados de qualquer origem.

Perguntas e Respostas

 

Qual é a ameaça feita pelos Estados Unidos em relação à China?

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre produtos chineses caso a China não forneça ímãs aos EUA. Essa declaração foi feita em meio à disputa comercial entre os dois países.

 

Qual é a importância do metal samário na disputa comercial?

 

O samário é um metal essencial para a fabricação de ímãs de alta performance, utilizados em equipamentos militares. A China, que domina a produção global de terras raras, impôs restrições severas à exportação de samário desde 4 de abril.

 

Quais são as aplicações do samário?

 

O samário é crucial para ímãs que resistem a temperaturas extremas, sendo utilizado em mísseis, caças como o F-35 e bombas inteligentes.

 

Como a China justificou suas restrições à exportação de samário?

 

A China justificou as restrições como necessárias para "salvaguardar a segurança nacional" e "cumprir obrigações internacionais", como a não proliferação.

 

Quais são as novas regras de exportação de samário impostas pela China?

 

A China passou a exigir licenças especiais para exportações de sete tipos de metais de terras raras, incluindo o samário. As licenças só serão concedidas após a avaliação do usuário final do mineral.

 

Qual é a situação dos Estados Unidos em relação ao fornecimento de samário?

 

Os Estados Unidos não conseguiram desenvolver uma alternativa ao fornecimento chinês de samário por mais de uma década, apesar de possuírem depósitos do mineral. O governo de Joe Biden planejou a construção de unidades de produção de samário, mas os projetos não avançaram.

 

O que foi anunciado pelo governo dos EUA em julho?

 

O governo dos EUA anunciou um acordo estratégico para se tornar o maior acionista da MP Materials, que opera a única mina de terras raras em funcionamento no país, localizada em Mountain Pass.

 

Qual é a situação atual dos estoques de armamentos dos EUA e da Europa?

 

A interrupção no fornecimento de samário ocorre em um momento delicado, pois os estoques de armamentos avançados dos EUA e da Europa foram severamente reduzidos devido aos envios para a Ucrânia e Israel.

 

Como as tensões entre os EUA e a China foram intensificadas?

 

As tensões aumentaram devido aos esforços do governo de Donald Trump para armar Taiwan, que a China reivindica como seu território, resultando em sanções a empresas militares norte-americanas.

 

Quais são as regulamentações do Departamento de Defesa dos EUA sobre a produção de ímãs militares?

 

As regulamentações exigem que a fundição ou moldagem de ímãs militares seja feita dentro dos EUA ou em nações aliadas, mas permitem a importação de ingredientes de qualquer origem.

 

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