Ministro das Relações Exteriores do Iêmen acusa Irã de apoiar houthis
Internacional|Do R7
Sharm el-Sheikh (Egito), 29 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Riad Yassin, acusou neste domingo a Guarda Revolucionária do Irã de apoiar os rebeldes houthis em sua luta contra as forças leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi. Em entrevista concedida à Agência Efe, o representante do governo de Hadi afirmou que tem provas da ajuda prestada pelos iranianos ao movimento xiita. Yassin disse que a Guarda Revolucionária atua no país há vários anos, tendo duplicado suas operações recentemente. O ministro acusou o Irã de usar aviões para bombardear o palácio presidencial na cidade de Áden, no sul do país, onde Hadi se instalou antes de fugir nesta semana para a Arábia Saudita. E também afirmou que agentes iranianos estão conduzindo os veículos roubados pelos houthis dos quartéis iemenitas. Além disso, Yassid revelou que os analistas de sistemas de mísseis balísticos que se encontram sob o controle do movimento xiita estavam sob supervisão do Irã. Ontem, durante discurso na cúpula da Liga Árabe realizada na cidade de Sharm el-Sheikh, o presidente do Iêmen disse que os rebeldes xiitas "conspiram com o Irã contra a unidade do país" e provocam "discórdias sectárias e regionais". Já Yassin indicou que uma intervenção militar no Iêmen é inevitável para acabar com o caos propagado pelo movimento houthis e pelos seguidores do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, acusados pelo ministro de Relações Exteriores de "provocar uma guerra popular contra os inocentes". Segundo ele, os houthis e as forças do ex-líder lançaram mísseis terrestres contra a população civil que se opõe ao novo regime durante a passagem dos aviões da coalizão árabe para "dar a impressão que os bombardeios partiram do ar". Uma coalizão de países árabes - integrada pela Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados, Bahrein, Egito, Jordânia, Marrocos e Sudão - bombardeia desde a última quinta-feira posições dos houthis no para frear sua luta contra as forças leais ao presidente Hadi. A Arábia Saudita, que lidera a coalizão, garantiu que não planeja uma operação terrestre no Iêmen, embora não descarte essa opção "em caso de necessidade". EFE ms/lvl