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Casamento real

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Na semana do casamento real, Windsor discute destino de sem-teto

Em meio a preparativos para cerimônia real que irá acontecer neste sábado (19), projeto visa ajudar moradores de rua a ganhar dinheiro

Internacional|Carolina Vilela, do R7*

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Windsor se prepara para casamento neste sábado (19)
Windsor se prepara para casamento neste sábado (19)

O princípe Harry, sexto na sucessão do trono real e Meghan Markle, atriz norte-america, se casarão neste sábado (19) e toda a cidade de Windsor está se preparando para esse momento. Inclusive, os moradores de rua.

Mas a situação dos sem-teto da cidade que recebe o casamento real não está de todo definida.

Há quatro meses, Simon Dudley, líder do conselho de Windsor, havia pedido que a polícia usasse sua força para "limpar" os moradores de rua dos pontos de ônibus, calçadas e esquinas de Londres antes do casamento, mas pouca coisa mudou para esses britânicos que passam suas noites nas ruas.

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Um morador de rua, Keith Whitfield, 45, afirmou ao jornal The Guardian que a situação havia melhorado quando a mídia estava de olho no problema, mas que tudo não passou de uma "encenação". 

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Agora, a poucos dias do casamento, a líder da oposição, Lynne Jonnes, disse ao jornal que uma estratégia está sendo montada para os moradores de rua, mas que nada era esperado até a chegada do outono. “No passado, isso não era muito prioritário. Mas houve uma mudança de atitude como resultado das reações aos comentários de Dudley. Muitas pessoas na comunidade local ficaram indignadas e exigiram ações para ajudar os desabrigados, e o conselho reconheceu isso", disse Jonnes.

Sem-teto irão vender cartões do casamento

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De acordo com Murphy James, diretor do Projeto Moradores de Rua de Windsor, essas pessoas não tem "nada a ver" com o casamento real, mas uma vez que todos os holofotes estão neste evento, está é uma boa oportunidade para expor o problema.

Para ajudar os moradores de rua, o projeto se uniu com uma empresa que irá fabricar dois tipos de cartões especiais sobre o casamento real para que os desabrigados possam vendê-los no dia da cerimônia. "Todo o lucro da venda ficará nos bolsos deles", afirmou James. 

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Além disso, o projeto também está produzindo e vendendo diversos produtos temáticos do casamento, como canecas, pratos, panos de prato, bandeiras etc para arrecadar dinheiro para ajudar os desabrigados em Londres.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Cristina Charão

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Esquecer a realidade por alguns instantes, celebrar a unidade britânica e comemorar a diversidade: são diversos os motivos que hoje levam milhares de pessoas dentro e fora do Reino Unido a seguir todos os preparativos para o casamento entre o príncipe Harry, da Inglaterra, e a atriz norte-americana Meghan Markle. A tradição de acompanhar os casórios da realeza britânica de perto, entretanto, já tem mais de um século — e começou com a união da rainha Vitória, em 1840. Veja a seguir
O casamento da rainha Vitória com o príncipe Albert foi o primeiro coberto pelos jornais do Reino Unido. Naquele ano, os periódicos publicaram notas sobre o matrimônio com a 'bênção' da própria monarca  Harry e Meghan: casamento mostra Reino Unido aberto à diversidade
"A rainha Vitória tinha um bom entendimento sobre como se relacionar com a mídia e sobre a forma como ela era projetada. Ela ficou conhecida inclusive por fazer correções em relação ao que era publicado", comenta Gëzim Alpion, professor doutor no departamento de política social e sociologia da Universidade de Birmingham, da Inglaterra
Já em 1923, o casamento do rei George VI — que, à época, era chamado de Duque de York — com a aristocrata Elizabeth Bowes-Lyon foi marcado pelo início de uma tradição: os matrimônios reais como eventos públicos. A cerimônia aconteceu na Abadia de Westminster e não em uma capela real. Acredita-se que a decisão de tornar o casamento público tenha se dado para insuflar a união dos britânicos após a Primeira Guerra Mundial
O casamento da rainha Elizabeth II — então princesa — e do príncipe Philip aconteceu em 1947 também na Abadia de Westminster e, pela primeira vez na história, foi transmitido pelo rádio para 200 milhões de ouvintes ao redor do mundo. Após selar o matrimônio, o casal acenou para o público a partir da sacada do Palácio de Buckingham. Seis anos depois, Elizabeth foi coroada rainha
“A partir da coroação da rainha Elizabeth II, a família real passou a se aproximar da mídia de massa e, para isso, foram montadas várias plataformas — inclusive no cinema”, comenta Renato Vieira, professor de História da Comunicação nas Faculdades Integradas Rio Branco e autor do livro God Save The Queen - O imaginário da realeza britânica na mídia
“Ao longo das décadas seguintes, as cerimônias envolvendo a realeza se tornaram espetáculos: há desfile de carruagem, desfile de carro e personagens que mudam de roupa. A grande massa admira e participa de forma muito atenta”, completa Vieira Casamento real: tudo o que você queria saber sobre o casamento de Harry e Meghan - e tinha vergonha de perguntar
Foi o casamento da princesa Margareth — irmã de Elizabeth II — com Antony Armstrong-Jones o primeiro a ser exibido em rede mundial de televisão, no ano de 1960. Vinte milhões de telespectadores acompanharam 
Na opinião de Gëzim Alpion, o interesse do público pelo matrimônio da princesa Margareth ia além do espetáculo: “Houve interesse pela maneira como ela foi tratada pela família real por seu affair com Peter Townsend, antes de conhecer Armstrong-Jones. Ela não poderia casar com Townsend porque ele já havia sido casado, divorciado e por aí vai. Ela foi 'vítima' do antigo sistema da família real — de que o casamento não deveria se dar exatamente por amor”, diz o professor
Em 1981, o casamento entre o príncipe Charles e a princesa Diana foi assistido por 600 mil súditos nas ruas de Londres e mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, pela televisão 
O par seguiu anos conturbados de matrimônio, se divorciou em 1996 e a princesa confirmou que sofria com transtornos alimentares pela pressão pública: “As pessoas acompanharam muito de perto o sofrimento de Diana. O interesse aumenta se o membro da família real não se enquadra nos padrões da monarquia”, destaca Alpion
Já o casamento do príncipe William, em 2011, foi o primeiro de um membro da realeza com uma plebeia. A cerimônia na Abadia de Westminster quebrou recordes ao ser exibida ao vivo pela televisão mundial para 2,5 bilhões de pessoas
William conheceu Kate Middleton — hoje duquesa de Cambridge — em um curso na Universidade de St Andrews, na Escócia. A atual duquesa veio de uma família sem nenhum laço com a aristocracia do Reino Unido. Gëzim Alpion ressalta que “esta é a primeira geração da família real britânica a casar por amor. Príncipe Harry e príncipe William viram o sofrimento de sua mãe por seu pai não ter se casado por amor”
Com a união de Harry e Meghan Markle no dia 19 de maio — cuja transmissão em rede internacional já foi autorizada pelo príncipe —, os casórios da realeza devem bater novos recordes. O público mundo afora comemora o casamento do filho de Diana e Charles com uma mulher afrodescendente, ativista e mais velha: "Ver alguém birracial se juntando à família real é uma ótima notícia. Não é possível ignorar a importância simbólica deste casamento", conclui Alpion. E que venham os próximos capítulos!

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