Novo controle de preços desperta fantasma da escassez na Venezuela
Cerca de 40 produtos serão afetados pela medida do governo, que tem como objetivo controlar a inflação e a especulação
Internacional|Do R7
![Ambulante vende panetones em Caracas, capital da Venezuela](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/FPWO2PYUPRJ2XLTXE6O3KF4EAE.jpg?auth=9ce893920d3591d356e6cd6afd66894361c224db74adc67f3316f916c85cb940&width=771&height=419)
O fantasma da escassez despertou na Venezuela após o governo ter anunciado a volta do controle de preços sobre mais de 40 produtos de consumo em massa, uma política que no passado levou a uma escassez generalizada e que busca, como antes, combater a inflação e a especulação.
Confrontado com uma "alteração na dinâmica dos preços", o governo respondeu por meio do órgão regulador do comércio com uma publicação nas redes sociais em que estabeleceu a quantidade de farinha, açúcar, arroz e outros produtos que deve ser vendida. A mensagem gerou um alvoroço e, minutos depois, foi apagada.
Na sequência dessa ameaça, o deputado do partido governista Jesús Faría, presidente da Comissão Parlamentar de Economia e Finanças, confirmou que o governo adotou "um conjunto de decisões para estabelecer preços máximos de varejo para mais de 40 produtos", sem especificar quais seriam sujeitos a esse controle ou quando a medida entrará em vigor.
Na opinião do economista Litsay Guerrero, pesquisador do Cedice (Centro de Difusão do Conhecimento Econômico), o governo está tentando melhorar a percepção da população sobre a própria gestão diante dos aumentos de preços, que em novembro atingiram 21,9%, de acordo com estimativas independentes.
Com este anúncio, a chamada revolução bolivariana busca enviar "o sinal de que quer tomar medidas para resolver estes problemas".
"A questão é que esta não é a forma de resolver, são problemas que não serão resolvidos controlando os preços novamente", disse o especialista à Agência EFE.