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O que são as garantias de segurança negociadas pelo Ocidente para a Ucrânia

Objetivo seria dissuadir Moscou de novas ofensivas em território ucraniano; Zelensky exige ‘medidas duradouras’ com apoio da UE

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Estados Unidos, UE e Ucrânia negociam garantias de segurança para evitar nova invasão russa.
  • Zelensky busca compromissos claros de defesa após a retirada da adesão da Ucrânia à OTAN.
  • Propostas incluem envio de tropas europeias e apoio aéreo, além de investimentos em equipamentos militares.
  • Europa defende papel central em garantias, com discussão de um mecanismo específico para a Ucrânia.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Líderes europeus, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (de preto) e Donald Trump participam de encontro na Casa Branca Reprodução/X/WhiteHouse

As negociações entre Estados Unidos, União Europeia e Ucrânia avançaram nas últimas semanas em torno de um ponto central: estabelecer garantias de segurança que impeçam uma nova invasão russa. O debate ganhou força após a confirmação de que a entrada de Kiev na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi retirada da mesa de negociações, o que levou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a buscar mecanismos alternativos de proteção.

O líder ucraniano insiste que qualquer acordo de paz precisa incluir compromissos claros de defesa. “As preocupações da Ucrânia são de que garantias negativas não assegurem uma paz sustentável nem a integridade territorial do país”, avaliou o Public International Law and Policy Group (PILPG).


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O temor tem base histórica: o Memorando de Budapeste, de 1994, e o Tratado Russo-Ucraniano de 1997 não impediram a anexação da Crimeia em 2014 nem a ofensiva russa iniciada em 2022.

Entre as propostas em análise está o envio de tropas europeias para o território ucraniano. O Reino Unido e a França chegaram a sugerir a formação de uma força de manutenção da paz, com cerca de 15 mil soldados, para atuar no país.


O objetivo seria dissuadir Moscou de novas ofensivas, já que combates diretos contra militares da Otan poderiam acionar o Artigo 5 do tratado, que determina defesa coletiva, o que envolveria as maiores potências militares do Ocidente. Apesar disso, países como a Alemanha demonstram cautela, levantando dúvidas sobre local de posicionamento, regras de engajamento e autoridade das tropas na região.

Outra frente envolve apoio aéreo e naval. O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu fornecer novos sistemas de defesa, como os Patriot, além de ampliar o uso de aeronaves de combate ocidentais. Também está em discussão um “Escudo Aéreo” com cerca de 120 aviões operando fora da estrutura formal da Otan. Na área marítima, aliados estudam garantir a liberdade de navegação no Mar Negro, hoje bloqueado pela Rússia, embora esse plano dependa de negociações regionais.


Além da presença militar, os aliados discutem compromissos de longo prazo. Durante encontro na Casa Branca com líderes europeus na segunda-feira (18), Trump afirmou que Kiev poderia adquirir até US$ 90 bilhões em equipamentos militares dos Estados Unidos. Também há planos de ampliar investimentos na indústria de drones ucraniana, que cresceu rapidamente desde o início da guerra.

Do lado europeu, líderes defendem que a União Europeia desempenhe papel central nas garantias. O artigo 42 do tratado do bloco obriga seus membros a auxiliarem qualquer país vítima de agressão territorial, embora, na prática, essa cláusula dependa de vontade política.


Em março, o Parlamento Europeu aprovou resolução que pede aceleração das negociações para a adesão da Ucrânia ao bloco. “Para deter novas agressões russas, o Parlamento afirma que a UE deve contribuir com garantias robustas de segurança para a Ucrânia”, afirmou a instituição.

Outro modelo em análise é a criação de uma rede de aliados com compromissos bilaterais de defesa. Zelensky já indicou que países como a Turquia poderiam integrar esse esforço. O objetivo seria consolidar um sistema flexível de apoio, mesmo sem adesão imediata à Otan.

Uma proposta que ganhou espaço recentemente foi a da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que sugeriu um mecanismo semelhante ao Artigo 5, mas específico para a Ucrânia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou a ideia.

Segundo o enviado de Trump, Steve Witkoff, Moscou aceitou discutir a alternativa, desde que também receba garantias de segurança. “Muitos líderes da União Europeia enfatizam que um futuro acordo de paz deve fornecer garantias confiáveis de segurança para a Ucrânia. A Rússia concorda com isso. Mas tem o mesmo direito de esperar garantias eficazes”, afirmou o diplomata russo Mikhail Ulyanov.

Para os ucranianos, no entanto, acordos que não contemplem defesa direta não são suficientes. Zelensky já rejeitou o que chamou de “acordos de paz pela metade” e insiste que a solução deve ser duradoura, com garantias robustas e aplicáveis em caso de nova agressão do Kremlin.

Perguntas e respostas

Quais são as garantias de segurança negociadas pelo Ocidente para a Ucrânia?

 

As negociações entre Estados Unidos, União Europeia e Ucrânia visam estabelecer garantias de segurança para evitar uma nova invasão russa. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, busca mecanismos alternativos de proteção, especialmente após a retirada da entrada da Ucrânia na OTAN das negociações.

 

Qual é a posição de Zelensky em relação aos acordos de paz?

 

Zelensky afirma que qualquer acordo de paz deve incluir compromissos claros de defesa. Ele expressa preocupações de que garantias negativas não assegurem uma paz duradoura nem a integridade territorial da Ucrânia.

 

Quais propostas estão sendo analisadas para garantir a segurança da Ucrânia?

 

Entre as propostas, está o envio de tropas europeias para a Ucrânia, com sugestões de formar uma força de manutenção da paz com cerca de 15 mil soldados. Além disso, há discussões sobre apoio aéreo e naval, incluindo novos sistemas de defesa e um "Escudo Aéreo" com aviões operando fora da estrutura da OTAN.

 

Como os aliados estão planejando apoiar a Ucrânia a longo prazo?

 

Os aliados discutem compromissos de longo prazo, como a possibilidade de Kiev adquirir até 90 bilhões de dólares em equipamentos militares dos Estados Unidos e ampliar investimentos na indústria de drones ucraniana.

 

Qual é o papel da União Europeia nas garantias de segurança para a Ucrânia?

 

Líderes europeus defendem que a União Europeia deve desempenhar um papel central nas garantias de segurança, com base no artigo 42 do tratado do bloco, que obriga os membros a auxiliarem países vítimas de agressão territorial.

 

Que modelos de defesa estão sendo considerados?

 

Um modelo em análise é a criação de uma rede de aliados com compromissos bilaterais de defesa, incluindo países como a Turquia. Outra proposta, feita pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sugere um mecanismo semelhante ao Artigo 5, mas específico para a Ucrânia.

 

Qual é a posição da Rússia em relação às garantias de segurança?

 

A Rússia, através do diplomata Mikhail Ulyanov, concorda em discutir alternativas de segurança, mas também espera receber garantias eficazes. No entanto, os ucranianos acreditam que acordos sem defesa direta não são suficientes e Zelensky rejeita acordos que não garantam proteção robusta.

 

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