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ONU aponta mais de 125 estupros em 10 dias no Sudão do Sul

Relatório diz que a impunidade dos casos de violência sexual no país são o resultado da 'falta de vontade política de levar os culpados diante da justiça'

Internacional|Da EFE

Relatório será apresentado no dia 12 de março
Relatório será apresentado no dia 12 de março Relatório será apresentado no dia 12 de março

A Comissão de Direitos Humanos no Sudão do Sul, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), denunciou nesta quarta-feira (20) que, apesar da assinatura de um acordo de paz em 2018, em dezembro ocorreram mais de 125 estupros em grupo no norte do país.

"Na área de Bentiu (norte), em dezembro de 2018, mais de 125 mulheres foram vítimas de estupros em grupo em um período de 10 dias", disse hoje a presidente desta comissão, Yasmin Sooka, na apresentação de um relatório anual em Nairóbi.

A Comissão, que apresentará o relatório oficialmente diante do Escritório de Direitos Humanos da ONU em 12 de março, considerou que, depois de ter alertado há um ano sobre a magnitude dos crimes sexuais no país, "a situação não melhorou".

"De fato, piorou consideravelmente já que os casos documentados pela Comissão mostram um ressurgimento dos estupros entre novembro e dezembro de 2018", explicou Sooka.

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Os estupros incluem casos de meninas de até 7 anos, idosas e grávidas, e outros fatos revelam castrações e mutilações sexuais, incluída a de um criança de 12 anos.

Além disso, a Comissão de Direitos Humanos do Sudão do Sul indicou que entre janeiro de 2018 e o mesmo mês de 2019, 18 boinas azuis da Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) teriam supostamente envolvimento em sete casos de abusos e exploração sexual, fatos que estão sob investigação.

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"A impunidade dos casos de violência sexual no Sudão do Sul são o resultado da falta de vontade política de levar os culpados diante da justiça", diz o relatório.

Entre as recomendações do texto, apresentadas pela Comissão ao Governo do Sudão do Sul, está a de estabelecer tribunais específicos para estes casos, tomar medidas contra os casamentos infantis e melhorar o apoio médico e psicosocial das vítimas.

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O relatório documenta outras violações de direitos humanos, como 47 detenções arbitrárias com as possíveis torturas posteriores durante as detenções desde dezembro de 2013, quando começou o conflito, até 2018.

Em 12 de setembro, o presidente Salva Kiir e o líder opositor Riek Machar ratificaram no Sudão o acordo de paz alcançado em 5 de agosto na Etiópia.

O pacto estabelecia a implementação de um cessar-fogo em um período transitório de oito meses e a posterior constituição de um Governo de união nacional, que se manteria no poder 36 meses.

"As partes começaram desde uma posição de zero confiança, o que é um impedimento maior para a implementação do acordo e pode ser um potencial detrimento da frágil paz", continua o relatório da Comissão.

Além disso, esta organização de direitos humanos considera que a assinatura da paz não supôs um alívio imediato da situação humanitária da população.

No total, 60% dos sul-sudaneses sofrem com insegurança alimentar severa e segue havendo 2,2 milhões de refugiados e 1,9 milhões de deslocados internos.

Em 2018, o Sudão do Sul seguiu figurando como o país mais perigoso do mundo para trabalhadores humanitários, com 14 assassinatos, lembrou a organização.

Este relatório se baseia nos testemunhos de 135 pessoas e mais de 3,1 mil documentos reunidos pela Comissão sobre incidentes ocorridos no país desde dezembro de 2013.

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