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ONU revela que mais de cinco mulheres foram mortas a cada hora por um familiar em 2021

Relatório foi divulgado em função do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

Internacional|Letícia Sepúlveda, do R7

Manifestantes em marcha por mulheres desaparecidas e vítimas de violência, na Cidade do México
Manifestantes em marcha por mulheres desaparecidas e vítimas de violência, na Cidade do México

A ONU celebra nesta sexta-feira (25) o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em um esforço para alertar o mundo sobre violência de gênero, uma das violações de direitos humanos mais difundidas em todo o mundo.

Um novo relatório do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), publicado na última quarta-feira (23), revela que, das 81,1 mil mulheres mortas em 2021, cerca de 56% foram assassinadas por parceiros ou outros membros da família. Ou seja, mais de cinco mortes a cada hora.

O dado alarmante mostra que o lar, que deveria ser um ambiente de acolhimento, não é um lugar seguro para muitas mulheres e meninas.

Em meio à urgência da situação, ainda é preciso lidar com a subnotificação de dados. Segundo o relatório, cerca de quatro em cada dez dos assassinatos não têm informações suficientes para que possam ser contabilizados como feminicídios.


Casos recentes de violência contra as mulheres ganharam repercussão mundial. A morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, no Irã, após ser presa pela polícia da moral por usar o véu de forma "inapropriada", gerou uma onda de protestos no país que reivindica a proteção do direito das mulheres.

Em outras partes do mundo as mulheres sofrem com a violência e também com restrições e proibições. No Afeganistão, após a volta do Talibã ao poder em agosto do ano passado, mulheres e meninas desafiam o regime extremista em manifestações pelas ruas do país. O grupo estabeleceu uma série de limitações às afegãs, entre elas o fechamento de escolas de ensino médio, a obrigatoriedade do uso do véu no espaço público e a circulação limitada pelo país.


Em 2021, a taxa de assassinatos de mulheres em ambientes privados foi estimada em 2,5 por 100 mil na África, em comparação com 1,4 nas Américas, 1,2 na Oceania, 0,8 na Ásia e 0,6 na Europa. 

Muitas vezes a violência não é denunciada devido à falta de acolhimento e impunidade, além do medo que cerca as mulheres.


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As violações podem ocorrer de várias formas, entre elas abuso psicológico, violência sexual, perseguição, tráfico humano, mutilação genital e casamento forçado.

Segundo a ONU, na última década, o número geral de homicídios femininos continuou quase inalterado, o que mostra a urgência para que medidas sejam tomadas para combater a violência de gênero.

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