Opinião: conflito entre Israel e Hamas não é o grande culpado por todas as crises globais
Há múltiplos fatores que influenciam nos problemas que o planeta atravessa atualmente
Internacional|Do R7

Nos últimos meses, tem sido impossível ler jornais ou acompanhar noticiários sem notar uma tendência peculiar: qualquer que seja o tema abordado, há sempre um esforço para encerrar a matéria mencionando o conflito entre Israel e Hamas. Mesmo quando o assunto principal é a crise climática, a desigualdade econômica ou avanços tecnológicos, há um parágrafo final que, de alguma forma, conecta o tema ao Oriente Médio.
Esse padrão tem um efeito preocupante: ao reforçar constantemente a associação entre Israel e problemas globais, acaba alimentando um aumento do antissemitismo, pois fortalece a ideia de que judeus, como coletivo, são responsáveis pelo caos mundial.
O mundo enfrenta uma série de conflitos armados que afetam milhões de pessoas. A guerra na Ucrânia, o genocídio no Sudão, a crise humanitária no Iêmen e a instabilidade no Haiti são apenas alguns exemplos de tragédias que merecem atenção. No entanto, a cobertura da imprensa frequentemente coloca o conflito de Israel como um eixo central da geopolítica, obscurecendo outras crises igualmente relevantes.
Essa fixação cria uma distorção da realidade, fazendo parecer que o sofrimento humano está concentrado em uma única região, quando, na verdade, é uma constante em várias partes do planeta.
O fenômeno se torna ainda mais evidente quando analisamos como temas não relacionados à guerra acabam sendo vinculados a Israel. Artigos sobre mudanças climáticas, por exemplo, que poderiam focar no aumento de desastres naturais ou na responsabilidade das grandes potências emissoras de carbono, de repente fazem menção ao impacto ambiental da guerra em Gaza.
Questões econômicas globais, como inflação e crises financeiras, também são frequentemente associadas ao conflito, ignorando que há múltiplos fatores, como políticas fiscais dos países desenvolvidos e flutuações no mercado de petróleo, que têm um papel muito mais relevante.
Essa abordagem midiática não é ingênua nem aleatória. Há uma clara intenção de manter o conflito entre Israel e Hamas em evidência, seja para atender a uma demanda editorial, seja para reforçar narrativas específicas.
O efeito disso é a criação de uma opinião pública condicionada a enxergar Israel como protagonista de todos os problemas globais, independentemente do contexto. Essa estratégia contribui para a polarização do debate e impede análises mais amplas e justas sobre os desafios que o mundo enfrenta.
Em meio a esse cenário, reconhecemos e somos gratos pelo apoio firme de nossos irmãos cristãos que compreendem com clareza a importância de um Estado de Israel independente, forte e livre de fanatismos. Assim como o povo judeu, eles valorizam a liberdade religiosa, o direito à autodeterminação e a necessidade de proteger a Terra Santa de ideologias extremistas que ameaçam a paz e a convivência entre os povos.
Em um mundo onde narrativas tendenciosas buscam minar o direito de Israel existir com segurança, essa aliança baseada em valores comuns e na crença na justiça se torna um pilar essencial para resistirmos aos ataques e defendermos a verdade.
A imprensa tem um papel fundamental na sociedade, mas precisa reconhecer que o mundo não gira em torno de um único conflito. Se a intenção é informar, é essencial dar visibilidade a todas as crises humanitárias e geopolíticas de maneira justa e proporcional.
Criar uma narrativa onde Israel se torna o símbolo máximo do caos global não apenas distorce os fatos, mas também enfraquece o próprio jornalismo, que deveria se basear na pluralidade e na busca pela verdade.
O tempo é o senhor da razão, e já passou da hora de o Brasil restabelecer plenamente suas relações com Israel, encaminhando um novo embaixador e reafirmando laços que refletem a vontade do povo brasileiro, que enxerga em Israel um amigo.