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Peru: eleitores acampam em Lima para 'defender' seus votos

Um mês após a votação, ainda não foi declarado um vencedor para a eleição presidencial no Peru

Internacional|

Apoiadores dos dois candidatos acamparam em praças de Lima, capital do Peru
Apoiadores dos dois candidatos acamparam em praças de Lima, capital do Peru Apoiadores dos dois candidatos acamparam em praças de Lima, capital do Peru

Um mês após o fim da votação, o Peru ainda espera saber oficialmente quem será seu novo presidente, enquanto eleitores dos candidatos de esquerda e direita, Pedro Castillo e Keiko Fujimori, respectivamente, acampam nas praças de Lima para "defender" seus votos.

Leia também: Keiko Fujimori será investigada em caso de tentativa de suborno

Em meio ao frio em pleno inverno na capital, Lima, centenas de simpatizantes de Castillo, vindos da serra e da floresta, pernoitam nas cerca de 180 barracas armadas na Plaza de la Democracia, em frente ao prédio do Júri Nacional de Eleições (JNE), que está julgando impugnações de votos antes de anunciar quem venceu. 

Os primeiros se instalaram na praça há mais de três semanas. Muitos vestem trajes típicos da região andina ou amazônica enquanto esperam pacientemente que o professor da zona rural de Cajamarca (norte) seja declarado como novo presidente. 

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"O júri já deve anunciar Pedro Castillo para que isso tudo acabe", afirmou à AFP Martín Quispe, de 35 anos, do distrito de Santa Teresa, região andina de Cusco.

"Morar em uma barraca significa sentir frio e não dormir bem, mas vale a pena a luta que estamos fazendo", acrescenta Quispe, que acampa com sua esposa e filha em uma pequena barraca amarela forrada de plástico azul para se proteger da alta umidade de Lima.

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"Vamos permanecer"

Merino Trigoso, líder do povo indígena amazônico Awajún, de 66 anos, que usa uma coroa de penas e um colar tradicional, também está acampando.

"Vamos permanecer até que combatam a corrupção", disse à AFP. 

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"Vamos ficar até que Castillo seja proclamado, senão vamos fazer algo mais radical", afirmou Maruja Inquilla, de 45 anos, natural de Coata, município próximo ao lago Titicaca, na fronteira com a Bolívia.

Banheiros químicos e uma tenda de serviços médicos foram instalados na praça. Os ativistas contam que se alimentam de doações.

Cerca de 200 "ronderos" — membros das rondas de vigilância rural à qual Castillo pertence — tomam conta do acampamento improvisado.

Eles carregam chicotes para manter a ordem e, se necessário, afastar adversários políticos.

"Estamos aqui para colocar ordem e disciplina. Queremos garantir que a vigília seja feita de forma ordenada", afirma o presidente nacional das rondas camponesas, Víctor Vallejos, que usa colete preto e um sombrero, chapéu de palha.

"Vamos ajudar Keiko"

A apenas sete quarteirões de distância, a aproximadamente 700 metros, os apoiadores de Fujimori também montaram um acampamento "pela Democracia e Liberdade" neste fim de semana no Paseo de los Héroes Navales, em frente ao Palácio da Justiça.

Apesar da alta tensão, não houve confrontos após a votação de 6 de junho e todas as atividades decorrem normalmente no país.

Vestidos principalmente com camisetas da seleção de futebol peruano, esses partidários de Fujimori vêm de bairros pobres de Lima e buscam "defender" seus votos.

Fujimori denunciou que houve "fraude" na contagem, sem apresentar provas conclusivas, mas as autoridades peruanas, os Estados Unidos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmam que as eleições foram limpas e sem "irregularidades graves".

"Não queremos um país comunista, queremos um país livre para que nossos filhos não sofram terrorismo como nos anos 1980", com a guerrilha maoísta Sendero Luminoso, declara à AFP a cabelereira Dina Amaya, de 55 anos, do distrito de La Victoria.

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