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Policial da elite de Londres admite ter cometido 20 estupros ao longo de duas décadas

Segundo a acusação, David Carrick prendia as mulheres por dias sem comida em um quarto embaixo da escada da própria casa

Internacional|

Foto de David Carrick foi divulgada pela Justiça britânica
Foto de David Carrick foi divulgada pela Justiça britânica Foto de David Carrick foi divulgada pela Justiça britânica

Um agente de uma unidade de elite admitiu, nesta segunda-feira (16), ter cometido dezenas de estupros e agressões sexuais por quase duas décadas, em um dos casos “mais chocantes” que mancharam nos últimos anos a reputação da polícia de Londres.

David Carrick, de 48 anos, que trabalhava para uma unidade especial da Scotland Yard dedicada a proteger parlamentares e diplomatas estrangeiros, declarou-se culpado perante a Justiça por quatro crimes de estupro, além de detenção ilegal e atentado ao pudor contra uma mulher de 40 anos em 2003.

Durante uma audiência em Londres, a juíza também suspendeu as restrições impostas em dezembro e revelou que o policial já havia reconhecido a responsabilidade em 43 acusações que envolvem outras 11 mulheres, sendo 20 por estupro, num período de 16 anos até 2020.

A promotora Jaswant Narwal descreveu o caso nesta segunda como “um dos mais chocantes com o qual já lidou envolvendo um agente policial na ativa”. Carrick receberá a sentença a partir de 6 de fevereiro, de acordo com a juíza.

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Assassinato de Sarah Everard

“Em nome da Polícia Metropolitana, quero pedir desculpas às mulheres que sofreram nas mãos de David Carrick”, declarou a subcomissária da polícia londrina, Barbara Gray. Ela elogiou a coragem das vítimas ao decidir testemunhar sobre os abusos após a prisão do homem, em outubro de 2021, por um primeiro estupro.

O agente é um “prolífico delinquente sexual em série” que “destruiu” duas vidas e minou a confiança na polícia, afirmou. “Deveríamos ter identificado seu comportamento e, como não o fizemos, perdemos oportunidades de afastá-lo” da força, acrescentou, especificando que o caso foi submetido ao órgão de controle interno da Scotland Yard para investigação.

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Na audiência, soube-se que a polícia londrina teve conhecimento de várias acusações contra o agente, mas isso não o levou a sanções criminais nem a medidas disciplinares internas até a prisão.

A outrora renomada Polícia Metropolitana de Londres sofreu duras críticas nos últimos anos pela conduta de agentes, em especial desde o sequestro, estupro e assassinato, em março de 2021, de Sarah Everard, uma inglesa de 33 anos, por Wayne Couzens, também da brigada de proteção diplomática.

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Esse caso, que comoveu o Reino Unido em pleno confinamento pela Covid-19, pôs em evidência que a hierarquia policial não havia prestado atenção aos múltiplos sinais de alarme sobre o comportamento de Couzens.

Humilhação e submissão

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, declarou-se nesta segunda-feira “enojado e horrorizado” pelos crimes de Carrick.

De acordo com os investigadores, o agente conhecia algumas das vítimas por meio de aplicativos de relacionamento e eventos sociais e se aproveitava da posição como policial para ganhar confiança.

Carrick admitiu ter estuprado durante meses, em alguns casos durante anos, uma dezena de mulheres. Ele prendia as vítimas em um pequeno armário sob as escadas da própria casa, por horas, sem comida. Chamava algumas delas de “escravas”, a quem controlava financeiramente e isolava dos círculos sociais.

“É inacreditável que esses crimes possam ter sido cometidos por um agente da polícia na ativa”, disse o inspetor-chefe Iain Moor nas portas do tribunal, sem descartar que outras vítimas decidam agora denunciar mais agressões.

“Ele gostava de humilhá-las e se aproveitava de sua posição profissional para dizer a elas que era inútil buscar ajuda, porque ninguém acreditaria”, acrescentou.

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Um relatório publicado em novembro deixou claro as falhas na seleção e no controle dos agentes da polícia londrina, vários dos quais foram denunciados por comportamento misógino e sexista.

Segundo um porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak, “as forças de polícia devem erradicar esses agentes para restabelecer a confiança quebrada por casos como este”.

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