Presidente da Guiné-Bissau nomeia novo primeiro-ministro em meio a críticas
Internacional|Do R7
Bissau, 20 ago (EFE).- O presidente da Guiné-Bissau, José Mario Vaz, nomeou Baciro Dja, como o novo primeiro-ministro, em substituição a Domingos Simões Pereira, deposto na semana passada em meio a uma crise institucional entre os dois líderes, anunciou nesta quinta-feira uma rádio pública. Apesar da tensão entre ambos os políticos, a situação tanto em Bissau, a capital, quanto nas zonas rurais se mantém calma e não foram registrados incidentes violentos. Até agora, Baciro Dja era o terceiro vice-presidente do governante Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e também foi ministro e porta-voz de Pereira. A reação do PAIGC foi imediata e, embora se trate do mesmo partido que o do presidente Vaz, pediu a seus militantes e simpatizantes que fossem às ruas para protestar contra a decisão, já que os líderes do partido se posicionaram a favor de Pereira após sua polêmica demissão. No último dia 12, o presidente da Guiné-Bissau decidiu despedir todo o governo por conta das contínuas desavenças com o primeiro-ministro Pereira, acusado por ele de desvio de fundos e de menosprezar o Poder Judiciário. Vaz exigiu que o governo explicasse o paradeiro de 56 bilhões de francos CFA (mais de R$ 300 bilhões) cujo uso não foi justificado e que, em parte, procedem de ajuda ao desenvolvimento doado pela comunidade internacional. A antiga colônia portuguesa, uma das nações mais pobres do mundo, sofreu contínuos levantes militares desde sua independência em 1974, com uma única etapa de "paz política" durante os 23 anos de ditadura militar de João Bernardo "Nino" Vieira, derrubado em 1999. Em 2012, houve um novo levante que foi punido por parceiros e países doadores, que suspenderam suas ajudas ao desenvolvimento e arrastaram o pequeno país de África Ocidental, marcado pelo narcotráfico e pela corrupção, a uma profunda crise política e econômica. Em 2014, o sistema democrático foi restaurado e eleições multipartidárias foram realizadas, dando a vitória ao PAIGC, que tem 57 das 102 cadeiras do parlamento. EFE nm/cdr