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Primeiro-ministro espanhol promete perseguir ex-militantes do ETA

Mesmo com o anúncio do fim das atividades do grupo separatista basco, Mariano Rajoy afirmou que crimes não "desaparecerão" e serão punidos

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com Reuters

Rajoy disse que crimes do ETA "não desaparecerão"
Rajoy disse que crimes do ETA "não desaparecerão" Rajoy disse que crimes do ETA "não desaparecerão"

O grupo separatista basco ETA confirmou oficialmente nesta quinta-feira (3) que se dissolveu e encerrou todas as suas atividades, pondo fim a uma campanha de violência por toda a Espanha que deixou cerca de 850 mortos. Em Madri, porém, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que não haverá impunidade para o ETA e que o governo continuará perseguindo ex-militantes.

"O ETA não encontrará nem um vislumbre de impunidade por seus crimes. Pode anunciar seu desaparecimento, mas seus crimes não desaparecerão, nem o trabalho da justiça de rastreá-los e puni-los", disse ele aos repórteres depois de um discurso de inauguração de um centro de treinamento da Guarda Civil em Logroño, no norte da Espanha.

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"Seja lá o que for que decidam fazer nos próximos dias, nada mudará a realidade inquestionável: todo o projeto do ETA foi um fracasso retumbante e enfático", disse Rajoy.

Anúncio na Suíça

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Em uma carta lida na sede de um grupo de resolução de conflitos sediado em Genebra (Suíça), o ETA, fundado para lutar por um Estado independente no norte da Espanha e no sul da França, disse que sua jornada chegou ao fim.

"Nós a tomamos, esta última decisão, para fomentar uma nova fase histórica", disse a carta, assinada pelo Euskadi Ta Askatasuna (Pátria Basca e Liberdade). "O ETA nasceu do povo e agora é reabsorvido pelo povo", afirmou a carta lida por David Harland, diretor do Centro para o Diálogo Humanitário.

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O centro já havia facilitado conversas discretas entre o ETA e o governo do ex-premiê José Luis Zapatero em 2004.

O ETA anunciou a decisão de encerrar seus ataques em 2011, e em 2017 entregou mais de 3,5 toneladas de armas, encerrando a última grande campanha militante da Europa Ocidental.

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O grupo comunicou que se dissolveu completamente em uma carta publicada pelo jornal espanhol online El Diario na quarta-feira. Mas Rajoy deixou claro que seu governo considera o ETA como nada mais que criminosos.

Trajetória de décadas

O ETA foi formado em Madri em 1959 por estudantes revoltados com a ditadura repressora do general Francisco Franco.

Com o retorno da democracia, após a morte de Franco em 1975, e a conquista de uma grande autonomia para o País Basco, os ataques do ETA contra a população geral horrorizaram as pessoas e erodiram seu apoio, e operações eficazes das polícias francesa e espanhola o enfraqueceram.

Notícia comemorada

Para moradores do País Basco, que convivem há mais de 60 anos com as consequências dos atos do ETA, a notícia do fim do grupo foi comemorada e considerada um passo a mais na direção de uma paz duraroura na região.

Ainda restam, no entanto, vários detalhes a serem negociados com o governo, como a volta de prisioneiros filiados ao grupo, que estão detidos em prisões espalhadas pela Espanha.

"Acho que todos nós queríamos isso (o fim do conflito). Demorou a chegar, mas ainda não estamos vendo medidas que foram prometidas pelo governo, como as pessoas encarceradas e outras coisas, mas estamos muito felizes", disse Margarita Soriano, moradora de Bilbao, capital do País Basco.

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