República Tcheca promete anistia aos cidadãos do país que decidam lutar contra a Rússia na Ucrânia
De acordo com governo, pelo menos uma centena de tchecos estão interessados em defender o território ucraniano
Internacional|Do R7
O primeiro-ministro da República Tcheca, o conservador Petr Fiala, declarou nesta quinta-feira (3) que haverá uma espécie de anistia para os tchecos que decidam lutar na Ucrânia contra as tropas russas que invadiram o país, segundo informou a emissora pública CT24.
"Decidimos que podemos garantir a impunidade das pessoas que querem participar da luta ao lado dos ucranianos, e isso deve ser salientado: seria uma forma de anistia que o presidente concederia com meu aval", disse Fiala após um reunião com o chefe de Estado, o social-democrata Milos Zeman.
Fiala descartou a concessão de uma licença coletiva, devido aos riscos envolvidos nessa ação de ajuda voluntária, ou uma exceção à lei, que proíbe os cidadãos tchecos de se alistar em exércitos estrangeiros, o que pode levar a uma pena máxima de cinco anos de prisão.
"Como primeiro-ministro, não posso encorajar ou apoiar nenhum cidadão a ir à guerra em solo estrangeiro, mas conversamos sobre como algumas pessoas querem ir para lá", acrescentou o político conservador.
Praga estima que existam cerca de uma centena de tchecos interessados em ir à Ucrânia para participar dos combates.
Na República Tcheca, que entrou em estado de emergência nesta meia-noite devido à onda migratória, 160 mil ucranianos viviam antes do início da guerra.
Desde que os tanques russos iniciaram uma invasão em larga escala da Ucrânia há uma semana, 24.708 ucranianos entraram em território tcheco, dos quais mais de 13 mil receberam vistos especiais que lhes permitem trabalhar e ter acesso aos serviços de saúde.