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Superbactéria hospitalar pode comer plásticos e aumentar risco de infecções

Estudo feito por universidade em Londres foi publicado pela revista científica Cell Reports

Internacional|Do R7

Superbactéria ameaça a durabilidade e segurança de materiais como curativos, pontos cirúrgicos e implantes Wikimedia/Denise Chan

Um estudo realizado por pesquisadores da Brunel University, em Londres, revelou que a bactéria hospitalar resistente a antibióticos Pseudomonas aeruginosa é capaz de se alimentar de plásticos utilizados em dispositivos médicos. Essa capacidade ameaça a durabilidade e segurança de materiais como curativos, pontos cirúrgicos e implantes, podendo favorecer a permanência e propagação da bactéria no ambiente hospitalar e dentro do corpo de pacientes.

Essa bactéria, já conhecida por causar infecções em sangue, pulmões e trato urinário após cirurgias, é uma das principais responsáveis por infecções associadas a cateteres e ventiladores. Tais equipamentos frequentemente utilizam plásticos como o PCL (policaprolactona), material testado pelos cientistas, que foi destruído em até 78% em apenas sete dias por uma enzima bacteriana identificada como Pap1.

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A enzima Pap1 foi isolada a partir de uma cepa de Pseudomonas aeruginosa extraída de uma ferida humana. Nos testes de laboratório, os pesquisadores observaram que a bactéria utilizava o plástico degradado como sua única fonte de carbono, o que indica que o material pode não apenas abrigar, mas também nutrir o microrganismo.


Além da degradação do plástico, a pesquisa apontou que a bactéria usa os fragmentos do material como base para formar biofilmes mais resistentes. Esses biofilmes são camadas protetoras que tornam a bactéria mais resistente a antibióticos, dificultando o tratamento e aumentando o risco de infecções persistentes.


Os cientistas temem que outras superbactérias hospitalares também possam apresentar enzimas semelhantes e atacar plásticos amplamente utilizados na medicina, como PET (polietileno tereftalato) e PUR (poliuretano). Esses materiais compõem desde curativos e cateteres até implantes dentários e mamários.


Diante da descoberta, o professor Ronan McCarthy, coautor do estudo, ressaltou a necessidade de repensar o uso de plásticos na medicina. Ele alerta que superfícies plásticas hospitalares e dispositivos médicos podem não apenas sustentar bactérias, mas também alimentá-las, prolongando sua sobrevivência nos ambientes clínicos.

Segundo McCarthy, será essencial conduzir novas pesquisas para identificar quantas espécies bacterianas patogênicas são capazes de degradar plásticos e como isso influencia sua virulência. O risco de surtos hospitalares duradouros causados por essas enzimas também precisa ser considerado em protocolos de biossegurança.

A pesquisa sobre o assunto foi descrita em um artigo publicado na quarta-feira (7) na revista científica Cell Reports.

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