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Talibã dispersa com tiros para o alto protesto de mulheres em Cabul

Segurando cartazes com dizeres como 'não politizem a educação', manifestantes reivindicavam o direito de poder estudar

Internacional|

Mulheres segurando cartazes na manifestação desta quinta-feira (30)
Mulheres segurando cartazes na manifestação desta quinta-feira (30) Mulheres segurando cartazes na manifestação desta quinta-feira (30)

Combatentes talibãs interromperam com tiros para o alto nesta quinta-feira (30) em Cabul uma manifestação de seis afegãs que reivindicavam o direito à educação.

Às 8h locais (0h30 de Brasília), três mulheres jovens, de véu e máscara, exibiram uma faixa com a frase (em inglês e dari) "Não politizem a educação!", diante do centro de ensino médio para meninas Rabia Balkhi, na zona leste de Cabul.

"Não quebrem nossas canetas, não queimem nossos livros, não fechem nossas escolas", completava a faixa, ao lado de uma foto de meninas com véu durante uma aula.

Quando outras três manifestantes se uniram às primeiras, uma delas com o cartaz "A educação é a identidade humana", vários talibãs armados chegaram ao local.

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Os combatentes obrigaram as manifestantes a recuar para a porta de entrada do centro de ensino. Um deles derrubou o cartaz, enquanto outros avançavam contra os jornalistas estrangeiros para tentar impedir que registrassem imagens do protesto.

Um talibã disparou uma rajada curta de tiros para o alto com sua metralhadora.

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As manifestantes se refugiaram dentro da escola e os talibãs perseguiram os cinegrafistas e fotógrafos, tentando retirar suas câmeras.

Um combatente deu uma cabeçada em um cinegrafista estrangeiro.

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Eles responderam às ordens de um jovem desarmado, mas que estava com um walkie-talkie. Ele se apresentou como Mawlawi Nasratullah, comandante das forças especiais talibãs para Cabul e sua região.

Leia também: Há risco de a crise no Afeganistão evoluir para uma guerra mundial?

Ele pediu a seus homens que reunissem 10 jornalistas, todos da imprensa internacional, e fez um discurso.

"Respeito os jornalistas, mas esta manifestação não foi autorizada", disse. "As autoridades do Emirado (Islâmico) do Afeganistão não haviam sido informadas. Por isso não há nenhum jornalista afegão aqui".

"Se tivessem pedido autorização para a manifestação, elas teriam recebido", declarou.

"Respeito os direitos das mulheres", acrescentou, cercado por homens armados. "Vocês tentaram cobrir uma manifestação ilegal. Recordo a vocês que nos países modernos, França ou Estados Unidos, a polícia agride os manifestantes", completou.

A manifestação foi convocada na internet por um grupo chamado "Movimento Espontâneo de Mulheres Ativistas no Afeganistão".

No início de setembro, combatentes talibãs armados dispersaram manifestações em várias cidades, como Cabul, Faizabad e Herat, onde duas pessoas foram mortas.

O Talibã, no poder desde meados de agosto, proibiram todas as manifestações no país desde 8 de setembro e até o momento não autorizaram o retorno das mulheres ao ensino médio.

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