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Tio de brasileiro que matou família na Espanha: 'Por que não eu?'

Preso desde outubro, Patrick Nogueira é réu confesso e está sendo julgado por assassinar e esquartejar os tios e sobrinhos na cidade de Pioz

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7, com agências

Chacina ocorreu em chalé na cidade de Pioz
Chacina ocorreu em chalé na cidade de Pioz

O julgamento do brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia, de 21 anos, que assassinou a família em Pioz, na Espanha, em 17 de agosto de 2016, começou nesta quarta-feira (24), em tribunal de Guadalajara, e uma cena marcou o início da sessão. O tio dele, Walfran Campos, que o via pela primeira vez desde o crime, não conteve a emoção e desmaiou antes de entrar na sala. Depois, desabafou ao se aproximar do sobrinho, falando com dificuldade em espanhol:

"Por que você fez isso com Marcos, faça comigo, faça comigo! Por que você não fez isso comigo?"

Walfran era irmão de Marcos Nogueira e foi ele quem pediu a Marcos para acolher o sobrinho na Espanha. As informações são do jornal espanhol El Mundo.

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Preso na Espanha desde outubro, Patrick é réu confesso e está sendo julgado por assassinar e esquartejar o tio Marcos, então com 41 anos, a tia Janaína Santos Américo, 40 anos, e os dois filhos do casal, Maria Carolina, 4 anos, e David, 1 ano. 


O crime ocorreu em um chalé na pequena cidade de Pioz e chocou o país. Os corpos foram encontrados semanas depois, devido ao forte cheiro vindo da casa. Um ex-colega de trabalho de Marcos, que é uma das 30 testemunhas a darem depoimento, afirmou nesta quinta-feira (25) que Marcos desconfiava da existência de um caso entre Patrick e Janaína, segundo o El Confidencial.

Patrick está preso desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas, após ter fugido para o Brasil. O julgamento ocorre na Audiência Provincial de Guadalajara do Tribunal Superior de Justiça de Castilla-La Mancha.


Para o Ministério Público e a acusação, Patrick não tem incapacidade mental e cometeu o crime de forma premeditada. Com base em um laudo, a defesa do assassino alega uma "anomalia cerebral" e tenta reduzir a pena de 20 anos para cada um dos crimes, com prisão permanente revisável (a pena máxima), pedida pela acusação. A sentença deverá ser definida no próximo dia 29.

Ao se aproximar do sobrinho, que ficou de cabeça baixa, Walfran foi alertado pelo juiz sobre a impossibilidade de ter contato com o réu. Mas demorou alguns minutos para ele parar de chorar e explicar sua comoção, segundo relatou o El Mundo. Então ele falou no tribunal.


"Nos primeiros dias eu sempre defendi ele, eu não acho que ele ia fazer isso, eu o tinha como um sobrinho maravilhoso, excepcional ... Eu tenho sofrido como louco por dois anos, porque eu tinha ele como meu filho, como meu irmão mais novo .. Sofro há dois anos como um louco, porque acreditei em sua inocência, defendi-o ... preferiria estar no lugar de Marcos."

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Durante o julgamento, Patrick pediu desculpas pelo crime e atribuiu seu ato a um sentimento que não consegue controlar, similar ao momento em que, em 2013, com 16 anos, esfaqueou um professor na escola em Altamira, no Pará.

Ele contou que, num impulso de raiva, após comerem pizza pedida por ele, partiu para cima de sua tia, que lavava louça e, após receber uma mordida a esfaqueou. Em seguida, disse que assassinou o tio durante luta corporal, após discussão. O Ministério Público e os acusadores consideram o depoimento induzido pela defesa.

Um dos argumentos mais fortes é o de que, por WhatsApp, Patrick ironizou e relatou com sadismo detalhes do crime, para o brasileiro Marvin Henriques Correia, que estava em João Pessoa, Brasil, e foi preso como párticipe do crime.

Veja o vídeo: Família brasileira é encontrada esquartejada na Espanha

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