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Travessia de migrantes do México aos EUA cai 74,5%, diz secretário

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA deteve 36.637 pessoas em janeiro, uma redução considerável em relação às 144.116 de maio de 2019

Internacional|Da EFE

Autoridades vigiam na fronteira entre México e Estados Unidos
Autoridades vigiam na fronteira entre México e Estados Unidos

O secretário das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, disse nesta quarta-feira (12) que houve uma redução de 74,5% no número de pessoas que atravessaram a fronteira rumo aos Estados Unidos, fato que atribuiu ao sucesso da política migratória.

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Em participação na conferência matinal do presidente Andrés Manuel Lopez Obrador, o secretário destacou as conquistas mais importantes do México nesta área, visíveis porque "o fluxo de pessoas de forma irregular está sendo reduzido".

Ebrard disse que, em janeiro, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês) deteve 36.637 pessoas, uma redução considerável em relação às 144.116 de maio de 2019.


Foi no final de maio de 2019 que os Estados Unidos ameaçaram impor tarifas a todos os produtos mexicanos, o que levou o país latino-americano a reforçar a segurança na fronteira e aumentar as detenções. Dos detidos em janeiro, 60% eram mexicanos, um total de 21.982 pessoas.

Em 2019, 179.971 migrantes foram apresentados ao Instituto Nacional de Migrações do México (INM), e 141.263 foram deportados. Até 2020, são 11.709 migrantes apresentados ao INM, e 9.121 deportados.


Além disso, o chanceler mexicano indicou que 277 traficantes de pessoas foram colocados à disposição das autoridades competentes e 893 funcionários públicos foram afastados dos cargos por diversas irregularidades. Segundo Ebrard, dois novos albergues foram construídos e 15 reabilitados, apesar das recentes controvérsias sobre o estado desses centros de migração.

Tratamento de imigrantes

O secretário mexicano disse que 77 mil consultas médicas foram feitas, e 49 mães migrantes com crianças nascidas no México foram atendidas.


Ebrard aproveitou a oportunidade para enfatizar que o governo de López Obrador não tem recomendações no âmbito dos direitos humanos sobre a forma como a Guarda Nacional impediu os migrantes de cruzar a fronteira sul, especialmente depois dos controversos acontecimentos de janeiro, quando proibiu a entrada de uma caravana.

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Confirmou, porém, que desde o início de 2020 a Comissão Nacional de Direitos Humanos recebeu 80 queixas, das quais 23 foram feitas durante a caravana de janeiro, mas ainda não há nenhuma recomendação sobre este assunto.

Entre os primeiros resultados está o investimento de US$ 100 milhões no Plano de Desenvolvimento para a América Central, que busca a criação de 60 mil empregos diretos em El Salvador, Guatemala e Honduras.

Segundo o secretário, US$ 21,2 milhões foram investidos para manter 15 estações de migração. No entanto, a salubridade de alguns abrigos de migrantes tem sido duramente criticada por várias ONGs e parte da classe política.

Situação dos mexicanos

De acordo com dados oficiais, 211.383 mexicanos foram repatriados dos Estados Unidos em 2019. De acordo com Ebrard, o governo do México está trabalhando para garantir que os 900 cidadãos que estão procurando asilo nos EUA não sejam enviados à Guatemala - como um país terceiro seguro - enquanto a situação deles está sendo resolvida, mas que retornem ao território mexicano, onde podem ter a segurança garantida pelas autoridades.

"Se dissermos que não, eles serão deportados para outros países. Estamos protegendo o direito deles a ter essa audiência", comentou.

Por sua vez, López Obrador reiterou que o México continuará com a política de lidar com as causas profundas da migração e que não enfrentará o governo do presidente Donald Trump, com o qual conseguiu estabelecer uma relação de respeito.

"Não vamos enfrentar o governo dos Estados Unidos, conseguimos um bom relacionamento, e aqueles que gostariam que eu arregaçasse as mangas e os enfrentasse continuarão a fazer isso", analisou.

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