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Tribunal Supremo da Espanha investigará rei Juan Carlos

A Promotoria decidiu investigar a construção do trem de alta velocidade que liga as cidades de Medina e Meca, em um caso que envolve o rei

Internacional|Da EFE

Rei Juan Carlos tem foro judicial especial
Rei Juan Carlos tem foro judicial especial

A Promotoria do Tribunal Supremo da Espanha decidiu nesta segunda-feira (8) investigar a construção do trem de alta velocidade que liga as cidades de Medina e Meca, na Arábia Saudita, em um caso que envolve o rei Juan Carlos, que conta com um foro judicial especial.

O inquérito, até então, era de responsabilidade a Promotoria Anticorrupção, que avaliava a atuação de empresas espanholas que atuaram na obra, mas passará para o comando Supremo do país, que terá que "delimitar ou descartar a participação do integrante da família real.

Os fatos teriam acontecido em 2014, quando Juan Carlos deixou de ser o chefe de Estado da Espanha, com isso, perdeu a inviolabilidade que reconhece a Constituição do país, segundo explicou o Ministério Público. Atualmente, o agora investigado ostenta a condição de rei emérito.

Segundo a promotoria, apenas o Tribunal Supremo pode investigar e, eventualmente, julgar, o monarca.


A investigação foi iniciada no fim de 2018, com a finalidade de descobrir supostas comissões pagas na licitação do trem de alta velocidade que ia de Medina à Meca, por um consórcio de empresas espanholas em 2011.

Encontro gravado

O caso surgiu a partir do vazamento de uma gravação de um encontro entre uma amiga do rei Juan Carlos, identificada como Corinna Larsen, e o ex-chefe de polícia da Espanha José Villarejo, que aconteceu em 2015, em Londres.


Na conversa, a mulher afirmou que o monarca tinha aberto contas na Suíça, em que havia recebido propinas pela construção do trem.

Algunas meses atrás, a Promotoria Anticorrupção enviou um grupo para a Suíça, para tentar obter dados sobre uma suposta doaação de 65 milhões de euros da fundação panamenha Lucum, supostamente ligada ao rei, para uma conta de Larsen.


A investigação na Espanha acontece paralelamente a uma aberta pelo Ministério Público da Suíça.

Segundo publicou recentemente o jornal "Tribune de Genève", foram identificadas evidências de movimentação de US$ 100 milhões, suspeita de ter sido enviada de uma conta da Lucum, no Panamá, que tinha como único beneficiário Juan Carlos.

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