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Ucrânia diz que resistirá à invasão, enquanto Otan não atesta retirada de tropas russas da fronteira

Povo ucraniano celebrou o Dia da Unidade com exercícios militares e treinamentos de retirada de emergência em escolas

Internacional|Do R7

Presidente Volodymyr Zelensky assistiu exercícios militares na região oeste da Ucrânia
Presidente Volodymyr Zelensky assistiu exercícios militares na região oeste da Ucrânia Presidente Volodymyr Zelensky assistiu exercícios militares na região oeste da Ucrânia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky prometeu nesta quarta-feira (16) que o país resistirá a qualquer eventual invasão, enquanto a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmou que não verificou nenhuma retirada militar por parte da Rússia nas fronteiras com a ex-república soviética.

Zelensky, que decretou um Dia da Unidade nesta quarta-feira, assistiu a algumas manobras militares perto de Rivné, no oeste, onde uma fileira de veículos foi destruída por mísseis e vários blindados dispararam em meio a um deserto amarelado.

Depois, viajou para a cidade de Mariupol, a última cidade do leste controlada pelo governo. É considerada um dos territórios sob ameaça em caso de invasão, já que está a quase 20 km dos separatistas pró-russos que mantêm um conflito armado.

"Não temos medo de nenhuma eventualidade, não temos medo de ninguém, de nenhum inimigo", disse Zelensky, que vestia um casaco verde de estilo militar. "Nós nos defenderemos".

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Em solidariedade a Zelensky, o embaixador da União Europeia na Ucrânia, Matti Maasikas, e os embaixadores da Espanha, Estônia, Polônia e Alemanha também se deslocaram para Mariupol. Mas o presidente ucraniano negou ter observado qualquer indício de que as tropas russas estejam se retirando.

"Estamos vendo pequenas rotações. Não chamaria essas rotações de uma retirada das forças por parte da Rússia", comentou na televisão. "Não vemos nenhuma mudança", acrescentou.

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Devido ao Dia da Unidade, muitas ruas de Kiev estão cheias de bandeiras. Em algumas escolas da capital, foram organizados exercícios de retirada.

Essas manifestações patrióticas coincidiram com o apelo do Kremlin por "negociações sérias" com os Estados Unidos, enquanto líderes europeus continuam pedindo uma solução negociada para a crise.

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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que presidiu uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança em Bruxelas, descartou que a ameaça na fronteira tenha diminuído, depois que a Rússia afirmou que começou a retirar seus soldados.

O responsável anunciou que a Otan reforçará defesas no leste da Europa com mais mobilizações em seus países-membros fronteiriços com a Ucrânia. Nesta quarta-feira, centenas de paraquedistas dos Estados Unidos chegaram ao aeroporto de Rsezsow, na Polônia, um país-membro da aliança atlântica.

Stoltenberg denunciou a "nova normalidade para a segurança" na Europa imposta pela Rússia, que consiste em "contestar os princípios fundamentais com o uso da força".

Sobre as supostas retiradas dos soldados russos, declarou: "Não verificamos nenhuma desescalada no terreno até agora. Pelo contrário, parece que a Rússia continua reforçando sua presença militar".

Por sua vez, o secretário de Estado americano Antony Blinken disse à rede ABC News que Washington não viu "uma retirada significativa" das tropas russas.

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, afirmou que a Rússia mantêm "tantas forças" como antes na fronteira com a Ucrânia e que os anúncios de Moscou devem "ser verificados".

Os líderes da União Europeia planejam participar de uma reunião nesta quinta-feira (17) na qual discutirão a situação na Ucrânia.

Nova normalidade

A mobilização de mais de 100 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia foi classificada pelos Estados Unidos como um risco de uma invasão iminente e é considerada a pior crise de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Os ocidentais alertaram que aplicariam novas sanções econômicas em massa contra a Rússia em caso de ofensiva, o que o Kremlin nega querer fazer.

O exército russo anunciou que concluiu os exercícios e que os soldados do país estavam se retirando da península anexada da Crimeia, próxima ao sul da Ucrânia, publicando um vídeo que mostra uma retirada das tropas e do arsenal militar em um trem.

Belarus também afirmou que todos os soldados russos mobilizados em seu território no marco de manobras abandonarão o país em 20 de fevereiro, enquanto os exercícios terminam.

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Os Estados Unidos pediram mais provas dessa desescalada, embora o presidente Joe Biden tenha estendido a mão e se declarado aberto a encontrar uma solução pela via diplomática, um anúncio aplaudido pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O governo russo lamenta que os ocidentais tenham rejeitado suas principais exigências, como pedir que a Otan acabe com sua política de expansão e que proíba uma eventual adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica, além da retirada da infraestrutura militar da Otan do leste da Europa.

Os ocidentais propuseram iniciar um diálogo sobre questões como o controle do armamento.

A Ucrânia acusou Moscou de um ataque cibernético em massa do qual foi vítima na terça-feira (15) e que afetou principalmente o site do Ministério da Defesa e cerca de 15 bancos. "A Rússia não tem nada a ver com nenhum ataque cibernético", respondeu Dmitri Peskov nesta quarta-feira.

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