Venezuela: ONU cobra países por resposta a 'problema humanitário'
Segundo estimativa, 7 milhões de pessoas necessitam de ajuda, como pessoas com doenças crônicas, grávidas e crianças em situação de vulnerabilidade
Internacional|Da EFE
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta quarta-feira (10) o apoio da comunidade internacional para dar resposta ao "problema humanitário muito real" que existe na Venezuela, onde, aproximadamente, um quarto da população precisa de ajuda.
"Podemos fazer mais para aliviar o sofrimento dos venezuelanos se conseguirmos mais ajuda e apoio de todas as partes interessadas", afirmou o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, em discurso para o Conselho de Segurança que se reuniu para discutir a situação humanitária do país.
Lowcock pediu apoio do Conselho em três áreas concretas: a separação das questões políticas e humanitárias da Venezuela, mais presença de organizações humanitárias no local e mais dinheiro para financiar a expansão dos programas de ajuda.
De acordo com ele, os recursos disponíveis atualmente são "extremamente modestos diante das necessidades".
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Segundo as estimativas da ONU, 7 milhões de pessoas - cerca de 25% da população do país - necessitam de ajuda humanitária, com grupos como os de pessoas com doenças crônicas, grávidas e as crianças em situação de vulnerabilidade.
Lowcock salientou que a situação continua se deteriorando, com uma contração econômica que prossegue e com um aumento da inflação em "uma escala vista em poucos ou nenhum país" recentemente.
A crise teve um impacto claro na alimentação dos venezuelanos, segundo a ONU, com um aumento da desnutrição, que em 2018 atingiu 3,7 milhões de pessoas.
As Nações Unidas calculam que 1,9 milhão de pessoas precisam de assistência nutricional, incluindo 1,3 milhão de crianças com menos de 5 anos.
No âmbito da saúde, Lowcock advertiu sobre a falta de profissionais, insumos, equipamentos e eletricidade.
A morte por doenças como diabetes, hipertensão, câncer e Aids está aumentando pela falta de cuidados, enquanto doenças como tuberculose, difteria e malária estão voltando a aparecer, de acordo com o chefe humanitário.
A ONU estima que, ao todo, 2,8 milhões de pessoas precisem de apoio médico.
A situação do país também alterou a educação para mais de 1 milhão de crianças e muitas pessoas necessitam de proteção, principalmente as que abandonaram suas casas e deixaram o país, um número que chega a 3,4 milhões nos últimos anos.
Lowcock discursou no início de uma reunião sobre a situação humanitária na Venezuela solicitada pelos Estados Unidos, na qual o vice-presidente desse país, Mike Pence, também participou.