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Zelensky chega aos EUA em última tentativa para desbloquear fundos para a guerra

A ajuda financeira e militar prometida pelo presidente Joe Biden foi bloqueada pelos republicanos no Congresso

Internacional|Do R7

Zelensky fala à imprensa na sede do FMI, em Washington, D.C.
Zelensky fala à imprensa na sede do FMI, em Washington, D.C.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, chegou nesta segunda-feira (11) a Washington, em uma última tentativa de conseguir a renovação da ajuda financeira e militar dos Estados Unidos à Ucrânia prometida por seu contraparte, Joe Biden, e bloqueada pelos republicanos no Congresso.

Após ter passado o fim de semana na Argentina para a posse do ultraliberal Javier Milei, Zelensky chegou à capital americana nesta segunda e tem previsto, de imediato, um discurso na Universidade de Defesa Nacional, ao lado do secretário de Defesa, Lloyd Austin, segundo o Pentágono.

Zelensky disse que seu país conta com os Estados Unidos para combater as tropas invasoras de Moscou e que os atrasos na ajuda militar são um "sonho que virou realidade" para seu contraparte russo, Vladimir Putin.

"Putin deve perder", sentenciou Zelensky em seu discurso. "Podem contar com a Ucrânia, e esperamos poder contar com vocês", enfatizou.


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"Se há alguém que se alegra com os assuntos não resolvidos no Capitólio [sede do Legislativo americano] são apenas Putin e sua panelinha doentia", acrescentou.

Os Estados Unidos são o principal aliado militar de Kiev na guerra iniciada depois da invasão russa, mas o apoio de Washington está em perigo depois que o Congresso bloqueou um pacote de 106 bilhões de dólares (cerca de R$ 520 bilhões) em ajuda de emergência destinada principalmente à Ucrânia e a Israel.

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O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que a visita acontece em "um momento crítico" e que Biden teria deixado claro que "continua firme" em conseguir o que Kiev precisa para reabastecer suas tropas e ampliar os esforços contra a Rússia.

Zelesnky também se reunirá com diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), enquanto tenta recuperar a economia de seu país, sufocada em meio à guerra.

Reuniões com Biden e líderes do Congresso

No entanto, o principal dia de sua visita a Washington será esta terça-feira (12).

Zelensky se reunirá com os líderes democrata e republicano do Senado, Chuck Schumer e Mitch McConnell, respectivamente, assim como com o novo presidente da Câmara de Representantes (baixa), o republicano Mike Johnson.

A renovação dos fundos em questão, que poderiam se esgotar nas próximas semanas, foi bloqueada pelos congressistas conservadores, que condicionavam o pacote de ajuda à aprovação de reformas para frear a entrada ilegal de imigrantes na fronteira com o México, que foram rejeitadas pelos democratas.

O governante ucraniano se reunirá também com Biden na Casa Branca.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que a visita de Zelensky "destaca o compromisso inabalável dos Estados Unidos" com a Ucrânia, que, em fevereiro, entrará em seu terceiro ano de combate contra a invasão lançada pela Rússia no início de 2022.

Ao longo do conflito, que devastou regiões inteiras da Ucrânia e deslocou milhares de seu lar, as forças ucranianas se apoiaram firmemente na bilionária ajuda militar que uma coalizão de países ocidentais, liderada pelos EUA, estava lhe proporcionando, tanto em munições e armamento como em assistência econômica e social.

Esse bloqueio do pacote especial foi um forte revés para Biden, que havia instado os legisladores a aprová-lo, advertindo que o presidente russo, Vladimir Putin, não pararia com a vitória na Ucrânia e poderia até mesmo atacar um país-membro da Otan.

Momento-chave

"Isso não pode esperar", disse Biden em um discurso televisionado na Casa Branca na semana passada.

"Francamente, acredito que é impressionante que tenhamos chegado a esse ponto em primeiro lugar, em que os republicanos no Congresso estão dispostos a dar a Putin o maior presente que ele podia esperar", acrescentou Biden.

No início de dezembro, Putin assinou um decreto para aumentar as forças russas em 15% a fim de apoiar a invasão da Ucrânia, o que aumentou o Exército em 170 mil homens.

Recentemente, Moscou deu leves sinais sobre um possível acordo de paz, embora ele envolva uma Ucrânia reduzida e neutra, algo impossível de aceitar para Zelensky.

A ala mais conservadora do Partido Republicano, liderada pelo ex-presidente (2017-2021) e candidato às eleições de 2024 Donald Trump, rejeita taxativamente renovar a ajuda à Ucrânia.

"O melhor para os interesses dos Estados Unidos é aceitar que a Ucrânia terá que ceder algum território aos russos, e temos que levar a guerra a um fim", disse, neste domingo (10), o senador J.D. Vance, um aliado próximo de Trump.

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