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Avião que fez pouso de emergência transmitiu velocidade anormal

Sistema de monitoramento de voos mostra Boeing da Latam a 1.360 km/h, algo que a aeronave não suportaria, segundo piloto ouvido pelo R7

Minas Gerais|Fernando Mellis, do R7

Boeing 777-300ER é o maior jato bimotor do mundo
Boeing 777-300ER é o maior jato bimotor do mundo Boeing 777-300ER é o maior jato bimotor do mundo

Os dados de velocidade enviados pela aeronave que fazia o voo LA8084 (São Paulo/Guarulhos-Londres) antes do pouso de emergência não condizem com a realidade. O avião precisou pousar no aeroporto de Confins (MG) na madrugada desta quinta-feira (20), 1 hora e 13 minutos após a decolagem devido a uma falha.

O sistema de monitoramento de voos Flightradar24 registrou que o Boeing 777-300ER — maior jato bimotor do mundo — da Latam teria voado a até 1.360 km/h, o que na avaliação do piloto e diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, João Varella, "ultrapassaria os limites do fabricante" e causaria "danos substanciais à aeronave".

A explicação de Varella para haver registros que não condizem com a realidade pode ter ocorrido algum tipo de pane elétrica, uma hipótese que ainda não é oficial, mas que foi comunicada pelo piloto antes do pouso.

"Esses softwares que mostram as aeronaves no espaço aéreo utilizam uma fonte de informação chamada ADS-B. Por causa da pane elétrica, pode ter ligação com essa informação errônea de velocidade que o gráfico demonstrou.

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O comandante ressalta que "claramente o aplicativo [Flightradar24] não mostrou a realidade das velocidades em questão". Ele afirma que os pilotos possuem alternativas quando há problemas elétricos para conseguir pousar o avião.

"Existem equipamentos na aeronave que somente com a bateria (que após uma falha elétrica total duram em torno de 90 minutos) auxiliam a tripulação a aproximar e pousar a aeronave com toda a segurança."

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Gráfico mostra registros de velocidade alterados, possivelmente, após sistemas de bordo apresentarem pane
Gráfico mostra registros de velocidade alterados, possivelmente, após sistemas de bordo apresentarem pane Gráfico mostra registros de velocidade alterados, possivelmente, após sistemas de bordo apresentarem pane

O incidente

O Boeing 777-300ER decolou de São Paulo à 0h30, com 339 passageiros. Menos de duas horas após a partida, o comandante avisou aos passageiros que teria que fazer um pouso de emergência devido a problemas com a aeronave.

O piloto informou à torre de controle que estava "praticamente sem nenhum sistema elétrico funcionando corretamente". Não foi possível despejar combustível antes do pouso.

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O avião envolvido no episódio, prefixo PT-MUG, tem pouco mais de 6 anos e foi incorporado à frota da antiga TAM em outubro de 2012.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que uma equipe está em Confins para iniciar as investigações do caso. 

"O início dos trabalhos consiste no levantamento de dados e de evidências: os investigadores fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas e reúnem documentos. Os dados também estão sendo colhidos para classificar a ocorrência aeronáutica. O objetivo da investigação realizada pelo Cenipa é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram", acrescentou o órgão da FAB (Força Aérea Brasileira) por meio de nota. 

Leia abaixo a explicação da Latam sobre o incidente: 

"A LATAM Airlines Brasil informa que, devido a falhas em um dos sistemas da aeronave, o voo LA 8084 (São Paulo/Guarulhos - Londres) precisou realizar um pouso de precaução no aeroporto Confins, à 1h43h, dessa quinta-feira (20).

Por se tratar de um voo internacional em início da viagem, a aeronave realizou um pouso com peso acima da média, porém dentro dos parâmetros de operação previstos, ocasionando um aquecimento dos freios durante o pouso. A aeronave parou com total segurança no meio da pista e sem ultrapassar os limites de sua extensão.

Em caso de aquecimento dos freios, o avião possui um sistema automático no qual os pneus se desinflam. O serviço contra incêndio do aeroporto foi acionado e atuou no resfriamento do conjunto de freios da aeronave. 

Os passageiros desembarcaram normalmente por meio de escadas na própria pista, e foram conduzidos ao terminal do aeroporto. De lá, os passageiros receberam assistência e foram encaminhados até o hotel.

Depois de cuidar primordialmente de seus passageiros, a empresa está trabalhando ativamente na remoção da aeronave e, consequentemente, na volta da operação regular do aeroporto.

A empresa está colaborando nas investigações das autoridades competentes."

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