O ex-namorado da mulher achada morta com o filho em um apartamento no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, afirma que ela sofria por ter um relacionamento conturbado com ex-marido e temer o pai da criança. No entanto, ele afirma que não acredita em qualquer envolvimento do empresário com a tragédia.
Ulysses Rocha namorou com Renata Fagundes de Andrade durante dois anos. Mesmo após o término, os dois mantinham contato. Rocha afirma ter visto Renata pela última vez há duas semanas, quando a mulher confessou estar passando por um momento difícil.
— Ela falou que estava sozinha, que não estava aguentando. Eu falei para ela aguentar, que ela era uma mulher linda e que ela poderia pedir ajuda à mãe.
O ex-namorado da advogada confirmou as afirmações feitas por familiares de Renata de que a relação entre ela e o empresário Alberto Magno Rocha Filho era conturbada. Em conversas com Rocha, a mulher teria relatado um caso de violência e afirmado “temer” o ex-marido.
— Ela disse que uma vez foi, junto com o ex-marido, ver uma apresentação do filho na escola. Ele (Alberto) teria pego a mão dela agressivamente e teria dado a entender que iria agredir ela, mas uma pessoa ao lado interviu.
Apesar da relação conturbada e dos relatos de possíveis desavenças entre o casal, o ex-namorado de Renata não acredita que o pai da criança tenha envolvimento na morte da advogada e do filho.
— Não acho que ele tenha relação com as mortes. A minha leitura é que ela queria proteger o filho, que a vida estava ruim. Que ela queria ir embora deste mundo mas levaria o filho junto para protegê-lo. Foi muito triste. É surreal.
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Rocha afirmou que a mulher fazia tratamento psiquiátrico e tomava remédios controlados, mas não teve nenhum surto no período em que estiveram juntos.
— Às vezes ela ficava um pouco aérea, sem vibração. Mas era uma pessoa muito tranquila, muito tranquila.
Relembre o caso
A advogada Renata Fagundes de Andrade, de 37 anos, e o filho, Davi Fagundes Rocha, de 6 anos, foram encontrados mortos na manhã do último sábado (10). Os corpos foram encontrados pelo pai da criança, ao abrir o apartamento com a ajuda de um chaveiro, após não conseguir contato com o filho. A suspeita da Polícia Civil é de que Renata tenha matado o filho com tesouradas e facadas e, logo depois, tirado a própria vida.
A guarda da criança já havia motivado diversos desentendimentos entre o casal, que estava separado. Eu recebi seis boletins de ocorrência registrados pelo pai do menino, Alberto Magno Rocha Filho, ele denuncia ter sido impedido de pegar Davi no dia da visita combinado durante a separação do casal.
Em outra ocorrência, aberta por Renata, a advogada afirma que o ex-marido teria arrancado o filho de seus braços, à força, após a criança se recusar a ir com o pai para a visita. A ação teria provocado um arranhão no braço da mulher.