Integrante do Bando da Degola é condenado a 44 anos de prisão
Arlindo Soares Lobo era motorista de Frederico Flores, apontado como o líder do grupo
Minas Gerais|Do R7 MG

O ex-estudante de direito Arlindo Soares Lobo foi condenado a 44 anos de prisão pela morte de dois empresários em um apartamento do bairro Sion, na região centro-sul de Belo Horizonte. A sentença foi anunciada na noite desta segunda-feira (15), após quase 12 horas de julgamento.
Lobo foi condenado por homicídio triplamente qualificado, extorsão, formação de quadrilha, destruição e ocultação de cadáver no crime praticado pelo grupo que ficou conhecido como Bando da Degola.
Arlindo respondeu às perguntas do juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes por cerca de três horas e afirmou ter sido coagido por Frederico Flores, apontado nas investigações como chefe do grupo. Segundo ele, Flores chegou a ameaçá-lo na cadeia. O advogado Marco Antônio Siqueira tentou convencer os jurados sobre a suposta coação sofrida.
— Quando o Arlindo viu o meio em que ele estava e a pressão que sofreu de outros réus, ele tentou recuar, mas a pressão foi grande e havia inclusive a intenção de matá-lo naquela noite e levá-lo para Nova Lima. Isso só não aconteceu porque um dos réus interviu em seu favor quando alguém disse no fundo da sala "não mata esse não, porque no carro só cabem dois.
Já o promotor Francisco Santiago descartou qualquer ameaça e manteve o protagonismo do réu no crime para convencer os jurados.
— Ele é o braço direito, braço esquerdo, pé direito, pé esquerdo. Ele esteve presente em todos os momentos, desde o sequestro até a morte dos empresários.
O próximo integrante da quadrilha a ser julgado é Frederico Flores, que deve sentar no banco dos réus no dia 12 de setembro. O ex-policial Renato Mozer foi condenado em dezembro de 2011 a 59 anos de prisão.
Mortes
Sete homens e uma mulher integram o Bando da Degola, segundo as investigações. O grupo se envolveu em uma trama de estelionato e contrabando de mercadorias.
Os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39 anos, tiveram os corpos descobertos em abril de 2010 em um apartamento na região centro-sul de Belo Horizonte.
As cabeças foram arrancadas dos corpos e nunca tiveram o destino conhecido. A quadrilha teria feito várias transferências bancárias das contas das vítimas.