Suspeito de matar gari em BH, empresário marido de delegada negou crime
Renê Nogueira da Silva Júnior, de 46 anos, foi detido em uma academia de luxo, na região Oeste da capital mineira, após ser identificado pela PM
Minas Gerais|Lucas Eugênio, do R7, com RECORD MINAS
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Durante o depoimento à equipe do DHPP (Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa), o empresário preso suspeito de matar um gari, em Belo Horizonte, negou que tenha cometido o crime. A informação foi divulgada pela Polícia Civil, na tarde desta terça-feira (12), durante entrevista coletiva. Renê Nogueira da Silva Júnior, de 46 anos, foi detido em uma academia de luxo, na região Oeste da capital mineira, após ser identificado pela PM (Polícia Militar). Ele pode ser indiciado por homicídio duplamente qualificado e ameaça.
Segundo o delegado Evandro Radaelli, um dos responsáveis pela investigação, Renê respondeu todas as perguntas e deu a versão dele sobre o caso. O depoimento durou cerca de sete horas.
“Ele relatou o dia dele. [Disse] que teria saído de casa, detalhando, inclusive o horário, dizendo minutos quebrados, 08h07. Foi muito detalhista. Contou todo o itinerário até a empresa, contou o horário que ele saiu para almoçar. Esse horário de almoço seria o horário que ele retornou da empresa para casa, por volta de 12h30. Teria, segundo ele, trocado de roupa, e descido com os cachorros para o espaço no prédio onde ele passeia com os animais. E, posteriormente, guardou os cachorros e foi para a academia, onde foi abordado”, explicou o Radaelli.
O delegado disse que as informações serão checadas com imagens de câmeras de segurança espalhadas pelo trajeto e com a empresa onde o suspeito diz trabalhar.
Ainda de acordo com Radaelli, apesar de negar a autoria do crime, outros elementos reunidos pela investigação possibilitaram a ratificação da prisão em flagrante. Renê foi levado para o Ceresp Gameleira, onde está a disposição da Justiça.
“Por meio de oitivas de testemunhas, identificação de imagens, identificação do calibre da arma de fogo utilizada no crime, dentre outras diligências, foi possível ratificar a prisão desse suspeito”, detalhou o delegado.
A polícia pediu à Justiça que a prisão seja convertida em preventiva. O requerimento será analisado durante a audiência de custódia, que está marcada para a manhã desta quarta-feira (13). O caso está sob segredo de justiça.
Detalhes da investigação
Segundo o boletim de ocorrência, Renê teria informado aos policiais que a arma utilizada no crime pertence à esposa dele, a delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Polícia Civil. De acordo com o delegado responsável pelo caso, a informação ainda é tratada como suspeita. O armamento pessoal da servidora, que é do mesmo calibre do utilizado no crime, foi apreendido e será periciado. A análise deve ser concluída em até 10 dias.
Ainda segundo informações de Radaelli, o suspeito não tinha porte de arma. De acordo com a investigação, Renê foi identificado pela PM com informações levantadas a partir da placa do veículo. Testemunhas ouvidas pela polícia também o descreveram como o suspeito do crime.
Inquérito interno
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um procedimento disciplinar e inquérito para apurar a conduta da delegada Ana Paula Lamego Balbino, já que, segundo o Boletim de Ocorrência, a arma utilizada por Renê seria da esposa. A servidora foi conduzida até a sede da Corregedoria, onde prestou depoimento.
“Foram arrecadadas na casa da servidora duas armas de fogo: uma arma de fogo de uso particular e a arma de fogo da corporação. Essa arma de fogo de uso particular está vinculada e apreendida aos autos do inquérito policial, que investiga o crime de homicídio, neste departamento [DHPP]. E a arma institucional está vinculada ao inquérito policial que foi instaurado na Corregedoria para apuração de eventual infração por parte da servidora. Ela diz que o marido não tem acesso ao armamento e que, portanto, desconhecia qualquer tipo de envolvimento dele em prática criminosa”, detalhou o porta-voz da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Saulo Castro.
O inquérito está em fase inicial de investigação. “Se demonstrado qualquer tipo de responsabilidade, a servidora será devidamente penalizada. Ela segue na sua função regular. Até o presente momento, não há nenhuma indicação da Corregedoria para afastamento ou ordem judicial nesse sentido”, destacou Castro.
Enterro
A vítima, o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi enterrado sob aplausos na tarde desta terça-feira (12), em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi morto a tiros enquanto trabalhava na coleta domiciliar de lixo, na manhã de segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, na região Oeste.
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