Garoto foi mordido por morcego contaminado
Reprodução / RecordTV MinasO médico Rodrigo Lobo, que socorreu o indígena, de 12 anos, vítima de raiva humana em Bertópolis, a 642 km de Belo Horizonte, faz um alerta sobre a importância da agilidade no socorro assim que houver suspeita da doença. Segundo o profissional, o menino foi levado para uma unidade de saúde dez dias depois dos primeiros sintomas.
Lobo trabalha na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Teófilo Otoni, onde o menino deu entrada com sintomas já avançados da doença. Segundo o profissional, o paciente chegou com sinais de encefalite, vômito, confusão mental, agitação, mal-estar geral e sinais de irritabilidade fácil.
O garoto foi levado ao hospital dez dias após a aparição dos primeiros sintomas, quando ele foi picado por um morcego contaminado. O médico afirma que, quanto mais rápido for o socorro médico, maiores as chances de recuperação.
“Houve demora no socorro. Se tivessem trazido o menino mais cedo para o hospital, ele teria mais chance. Segundo o pai, demorou dez dias para ele procurar o atendimento”, explica Lobo.
Medidas sanitárias
Depois da confirmação da morte do menino indígena de 12 anos, o estado pediu para que sejam monitorados todos os moradores da localidade rural de Bertópolis a fim de realizar a vacinação de pré-exposição.
Agentes de saúde estão fazendo buscas por pessoas que possam ter passado pela mesma situação de risco. A Secretaria de Estado da Saúde fez um bloqueio antirrábico nos animais em um raio de 1 km da Aldeia Maxakali.
Um segundo caso na mesma tribo está em investigação. Uma menina, também de 12 anos, está com suspeita da doença, e o resultado dos exames deve sair em breve. Ela se encontra internada no Hospital João Paulo II, em Belo Horizonte. Segundo a unidade, o quadro de saúde dela é estável e evolui bem.
Primeiro caso em dez anos
O último caso de morte por raiva humana em Minas havia sido em 2012, no município de Rio Casca, a 137 km de Belo Horizonte. Os médicos ressaltam que a raiva é uma doença grave que, quando não mata, pode deixar muitas sequelas e que existe vacina para animais e humanos.
No caso das pessoas, a vacina deve ser administrada em situações em que haja ferimentos causados por animais que não foram imunizados.