Moradores queimam mais um ônibus em protesto à morte de jovem em operação da PM
Houve confronto entre os militares e a população durante ação no aglomerado da Bimbarra
Minas Gerais|Do R7
Mais um coletivo foi incendiado por moradores no bairro Calafate, na região oeste de Belo Horizonte, na tarde dese domingo (23). A ação é uma forma de protesto pela morte de um jovem de 23 anos durante uma operação da Polícia Militar no aglomerado da Bimbarra, na madrugada de hoje. A população entrou em confronto com a guarnição.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, três viaturas foram deslocadas para a av. Tereza Cristina, na altura do número 200. O fogo foi controlado pelos militares por volta de 13h e a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) teve que ser acionada, já que as chamas atingiram a rede elétrica. Ninguém ficou ferido.
Confusão
Tudo começou quando um militar apreendeu um adolescente de 15 anos que foi flagrado com oito pinos de cocaína. Revoltado, o pai do garoto reuniu outros três moradores e atacou o policial, dizendo que o rapaz não seria levado.O policial responsável pela abordagem aguardava o restante da equipe quando foi surpreendido pelo pai do garoto e outros três indivíduos. Ele foi agredido com chutes e socos e o grupo conseguiu libertar o adolescente.
Imediatamente, o PM pediu apoio do restante da guarnição que, ao deslocar para o local, ainda abordou cinco outros suspeitos que tentavam fugir do aglomerado. Revoltados com a ação policial, populares começaram a cercar a equipe. Cerca de 50 pessoas passaram a agredir e hostilizar os policiais, impedindo que eles efetuassem as prisões. Um dos moradores, identificado como Alexandro de Souza, de 23 anos, no entanto, partiu diretamente para cima de um dos militares e tentou pegar a arma dele. No meio da confusão, o revólver disparou e acertou a cabeça da vítima.
Para conter a ação da população, a PM disparou quatro tiros de balas de borracha e detonou uma granada. O público se dispersou e o homem ferido foi socorrido para a UPA Oeste, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Dois militares ficaram feridos e foram medicados, assim como o pai do adolescente. No final da noite, a população se reuniu e botou fogo em um coletivo, como forma de protesto pela ação policial.