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Tragédia de Mariana: Justiça Inglesa vai julgar ação movida por 200 mil vítimas

Em decisão unânime, o Tribunal de Apelação da Inglaterra acatou o pedido do grupo de brasileiros sobre o rompimento da barragem 

Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7

Decisão foi publicada nesta sexta-feira (8)
Decisão foi publicada nesta sexta-feira (8) Decisão foi publicada nesta sexta-feira (8)

A Justiça da Inglaterra decidiu que vai dar prosseguimento ao processo movido por um grupo de mais de 200 mil atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana, em novembro de 2015. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (8) após o Tribunal de Apelação inglês aceitar o caso.

A ação é conduzida pelo escritório de advocacia internacional PGMBM contra a mineradora anglo-australiana BHP, dona da Samarco e responsável pela estrutura que ruiu. Agora, o processo deve seguir para a fase de mérito, em que será determinada a responsabilidade da multinacional sobre os danos causados pela tragédia.

Em decisão unânime, os três juízes da Corte de Apelação rejeitaram os argumentos da BHP sobre o julgamento. Entre as justificativas dos magistrados, estão que “nenhum dos autores ou réus são parte nas várias ações civis públicas no Brasil” e “existe grande incerteza quanto à possibilidade de os autores alcançarem compensação adequada no Brasil em comparação com a Inglaterra”.

“Ao aceitar a jurisdição, o Tribunal de Apelação inglês deu esperança para as pessoas afetadas pelo maior desastre ambiental já ocorrido no Brasil, que há quase sete anos buscam justiça e reparação para reconstruírem suas vidas”, afirma Tom Goodhead, representante PGMBM.

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A BHP pode recorrer à Suprema Corte do Reino Unido, porém a apelação só é possível caso o órgão dê permissão para o pedido. Procurada, a emprsa informou que vai recorrer da decisão.

Tragédia de Mariana

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Dezenove pessoas morreram após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 144 km de Belo Horizonte, no dia 5 de novembro de 2015. Pelo menos 300 famílias ficaram desabrigadas após a tragédia. 

A lama também causou grande impacto no meio ambiente. Os rejeitos atingiram o rio Doce e chegaram até o Oceano Atlântico, por meio do litoral do Espírito Santo.

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Veja a íntegra da nota da BHP Billinton:

"A decisão divulgada hoje pela Corte de Apelação no Reino Unido reverteu o julgamento anterior da justiça inglesa extinguindo o processo por abuso processual. O julgamento de hoje se refere a questões preliminares referentes ao caso; não é uma decisão relacionada ao mérito dos pedidos formulados na ação inglesa. Revisaremos a decisão e consideraremos nossos próximos passos, o que inclui a possibilidade de requerer permissão para recorrer à Suprema Corte do Reino Unido. A BHP continuará com sua defesa na ação no Reino Unido, a qual acreditamos ser desnecessária por duplicar questões que já são cobertas pelos trabalhos da Fundação Renova em andamento sob a supervisão do Judiciário brasileiro e por processos judiciais em curso no Brasil.

A BHP Brasil reitera que sempre esteve e segue absolutamente comprometida com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão da Samarco. Até hoje, R$ 21,8 bilhões foram desembolsados nos programas de remediação e compensação executados pela Fundação Renova. Até o final deste ano, cerca de R$ 30 bilhões terão sido despendidos em programas de reparação e compensação para os atingidos. Atualmente, mais de R$ 9,8 bilhões foram pagos em indenizações e auxílios financeiros emergenciais para cerca de 376 mil pessoas. Pelo Sistema Indenizatório Simplificado, R$ 6,1 bilhões foram pagos para quase 59 mil pessoas com dificuldade em comprovar seus danos."

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