Três mineradoras são embargadas em MG por suspeitas de crimes ambientais
Fiscalizações apontaram processos erosivos, assoreamento de córregos e danos ambiental; multas somam mais de R$ 1 milhão
Minas Gerais|Rosildo Mendes, da RECORD MINAS

Três mineradoras tiveram suas atividades embargadas em Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte, em janeiro. A suspensão foi resultado de fiscalizações realizadas por equipes da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Brumadinho, em parceria com a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), e vale até a adequação das normas estabelecidas pelas instituições.
Durante as operações, foram constatados diversos crimes ambientais, incluindo rompimentos de diques e o carreamento de materiais que soterraram vegetação nativa e assorearam o córrego do Socomini. As mineradoras Tejucana e Ferraria foram multadas em R$ 622.280,00 e R$ 390.000,00, respectivamente. Além disso, a Mineração Morro do Ipê teve suas operações embargadas após o transbordamento de água da mina Tico-Tico. Esse incidente provocou o carregamento de sedimentos para a estrada e suas drenagens adjacentes, atingindo o Córrego Grande, um afluente do Rio Manso.
Técnicos da Feam apontaram que o evento comprometeu o solo da área de preservação ambiental, causando preocupação quanto aos impactos na fauna, flora e nos recursos hídricos. Em comunicado, a Mineração Morro do Ipê afirmou que as chuvas intensas em curto período foram um fator determinante para o incidente. “Reforçamos que não houve danos às barragens nem risco à população. O ocorrido foi prontamente informado às autoridades. Como medida preventiva, a Feam determinou, em 20/01/2025, a suspensão temporária das operações”, afirmou a empresa.
A mineradora também destacou que suas barragens estão desativadas, estáveis e são monitoradas 24 horas por dia. Entre as ações adotadas, estão a intensificação da manutenção dos sistemas de drenagem e o diálogo contínuo com os órgãos ambientais para garantir o retorno seguro das atividades. A Prefeitura de Brumadinho informou que intensificou, desde o início do ano, o monitoramento e a fiscalização das atividades minerárias no município.
Segundo a administração municipal, a Secretaria de Meio Ambiente realizou, no dia 15 de janeiro, uma operação que resultou no embargo das atividades das mineradoras Tejucana e Ferraria. Ainda segundo a prefeitura, as mineradoras foram notificadas por danos como processos erosivos intensos, soterramento de vegetação nativa e assoreamento de córregos. Em relação à Mineração Morro do Ipê, o licenciamento ambiental está sob responsabilidade do Estado, mas representantes municipais visitaram o local e solicitaram esclarecimentos, que foram respondidos pela empresa no prazo estipulado.
A Feam segue monitorando os impactos ambientais causados pelos incidentes e determinou que a Mineração Morro do Ipê implemente medidas corretivas para mitigar os danos à Unidade de Produção de Água da Metropolitana (USPA) – Reservatório do Sistema Rio Manso. Enquanto isso, as atividades permanecem suspensas.
A ANM (Agência Nacional de Mineração) informou que irá realizar uma fiscalização na Mineração Morro do Ipê no mês de fevereiro, para verificar o cumprimento das normas que são de competência da agência. A reportagem não conseguiu contato com as mineradoras Tejucana e Ferraria.