Vale deve reparar famílias forçadas a sair de casa por risco em barragem
Moradores de Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto (MG), tiveram deixar suas casas em abril, por falta de segurança na barragem do Doutor
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

A Justiça obrigou a Vale a reparar integralmente os moradores do distrito Antônio Pereira, em Ouro Preto, a 100 km de Belo Horizonte, que foram forçados a deixar suas casas em abril deste ano.
As famílias que viviam na ZAS (Zona de Autossalvamento) da barragem do Doutor, foram retiradas de suas casas depois que a mineradora elevou para 2 o nível de emergência da barragem. Essa decisão obriga a empresa a retirar as pessoas que vivem próximas ao local e poderiam ser atingidas em caso de rompimento da estrutura.
Na época, um relatório da auditoria canadense independente SLR Consulting apontou que a área de inundação em caso de rompimento da barragem era maior que a que vinha sendo considerada pela Vale.
Na decisão, a Justiça atendeu a pedido do Ministério Público de Minas Gerais e reconheceu que a Vale é responsável pelos danos causados no processo de remoção forçada das famílias.
Além disso, a decisão também confirmou liminares que haviam bloqueado temporariamente R$ 100 milhões da conta da Vale.
Ação
Em abril, após a retirada dos moradores de suas casas, o MP entrou com uma ação civil pública para que a Vale adotasse medidas de apoio aos atingidos. Na época, a Justiça concedeu auxílio-emergencial aos moradores, bloqueou R$ 50 milhões da mineradora e obrigou a Vale a seguir uma série de exigências.
Dentre elas, a entrega de uma cesta básica por mês para cada núcleo familiar, além de pagar aos removidos, um salário mínimo a adultos, meio salário mínimo aos adolescentes e um quarto de salário mínimo às crianças.