Citroën C3 First Edition quer brigar com o Pulse e hatches equipados

Lançado em agosto de 2022, o Citroën C3 chegou ao mercado para ser o carro de maior volume de vendas da marca. Inclusive, desde o lançamento o hatchback já teve mais de 10 mil unidades emplacadas mostrando seu sucesso em questão de quarto meses de venda. O R7 Autos Carros, que já testou a versão Feel, andou mais de 700 quilômetros com a configuração topo de linha First Edition, que é vendida por R$ 99.990 e vem equipada com motor de 1.6 litros de até 120 cv. Em pauta um hatch com “atitude SUV” que por um lado briga com o próprio C4 Cactus LIVE de R$ 100,9 mil, com o Fiat Pulse Drive 1.3 AT de R$ 102 mil e com versões de entrada dos SUVs compactos. Veja a análise:

Novo CITRÖEN C3 First Edition 1.6 VALE R$ 100 mil? Veja o vídeo!

O Citroën C3 First Edition não chega apenas para brigar com os tradicionais hatchbacks do mercado como Fiat Argo, Peugeot 208, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix. Ele quer espaço “em casa” uma vez que disputa atenção com o Fiat Pulse e literalmente no mesmo cômodo com o Citroën C4 Cactus LIVE, uma vez que o modelo tem uma posição mais elevada para dirigir e um bom espaço interior como em um SUV compacto. Assim a marca da Stellantis chega com força brigando em todas as faixas de preço com seu novo produto.

Em relação ao visual, o novo Citroën C3 chama muita atenção pelas linhas arredondadas e elevadas lembrando os modelos que a marca tem na Europa inclusive na combinação de cores. Além de ter pintura em dois tons, o que faz atrair muitos olhares, o contraste do azul com branco formam um conjunto jovial e chamativo com rack de teto, retrovisor na cor do teto e molduras brancas no farol auxiliar e nas laterais. As rodas são de 15 polegadas com acabamento diamantado. O hatchback mede 3,98 metros de comprimento, 2,54 metros de entre-eixos, o que confere um bom espaço interno para cinco pessoas tendo ainda 1,73 metros de largura e 1,58 metros de altura. O porta-malas tem capacidade para 315 litros, mais do que um hatch compacto tradicional e na medida da necessidade de um carro desse porte.

O interior segue a tendência do lado de fora e tem um desenho ousado com faixas azuis nos bancos, mas tem algumas falhas como painel de instrumentos muito simplório, pois não tem um conta-giros e o computador de bordo é "pobre" para um carro de quase R$ 100 mil com tela diminuta contrastando com uma ampla moldura. Por outro lado, a central multimídia chamada de Citroën Connect Media tem 10 polegadas e permite conectar sem fio com ao Android Auto e Apple CarPlay sem nenhuma dificuldade, sendo de fácil manuseio. 

Já os botões do ar-condicionado são simples e não há controle digital como as versões mais equipadas dos hatches que concorrem com o C3 na mesma faixa de preço. Há poréns no acabamento como o para-sol, bem rústico e simplificado e, também, no acionamento dos vidros traseiros por meio de botões localizados no console central.

O Citroën C3 First Edition vem equipado com três saídas USB, sendo que duas são para os passageiros, que vão sentados no banco traseiro, luzes diurnas em LED, mas os faróis têm lâmpadas halógenas. Há câmera de ré, rack de teto na cor cinza, controle de estabilidade, volante com regulagem de altura, airbags frontais, assistente de partida em rampa, vidros elétricos nas quatro portas, ar-condicionado, comandos de volante, entre outros. Contudo, pelo preço faltou controle de velocidade de cruzeiro, mais airbags, acendimento automático dos faróis, alerta de ponto cego, entre outros itens que os concorrentes já trazem.

Motor e Consumo

O Citroën C3 First Edition traz motor EC5 de 1.6 litro aspirado, que é diferente das outras versões equipadas com motor 1.0 Firefly, que também estão presentes no Fiat Argo e Peugeot 208. Esse propulsor de 1.6 litro entrega 113 cv com gasolina e 120 cv com etanol a 6.000 rpm com torque de 15,4 kgfm a 4.250 rpm com gasolina e 15,7 kgfm a 4.500 rpm com etanol. A transmissão é automática de seis velocidades. 

Vale lembrar que aí está a herança “PSA” do novo Citroën C3 com um motor já antigo mas bem confiável e de consumo razoável. Embora traga um legítimo motor Peugeot Citroen sob o capô, o longo curso da suspensão e até itens como os bancos bem parecidos com os do Argo mostram a mão da engenharia da Fiat no desenvolvimento do C3, o que é uma boa notícia.

Segundo o Inmetro, o consumo com gasolina fica na casa de 12,4 km/l na estrada e 10,3 km/l na cidade. Abastecido com etanol faz 7,2 km/l no trecho urbano e 8,5 km/l no trecho rodoviário. Todavia, durante a avaliação do R7 Autos Carros no circuito misto o modelo abastecido com etanol fez 11,7 km/l. Na estrada chegou na casa dos 12,9 km/l.

Na prática do dia a dia

Realmente, o Citroën C3 First Edition confere um andar igual à de um SUV compacto pela boa posição ao dirigir e o bom espaço interno. O motor entrega potência que promete e não confere muito ruído para dentro da cabine. Já a transmissão, apesar de ser um pouco lenta nas retomadas, não deixa a desejar com seis marchas e opção manual na alavanca. Com isso, é possível ter um guiar divertido tanto na cidade quanto na estrada. A suspensão é firme, elevada e de longo curso, feita para aguentar bem a buraqueira das ruas brasileiras, além de conferir um bom nível de conforto.

Vale a pena pagar quase R$ 100 mil?

Para quem pretende comprar um SUV compacto de fato e não apenas um hatchback com atitude de SUV, compensa pagar um pouco mais para ter um crossover mais equipado como o Fiat Pulse ou até mesmo o Citroën C4 Cactus, quem em promoções já feita pela marca pode ser encontrado a pronta entrega por R$ 100 mil usando o mesmo motor e com acabamento mais refinado que o C3.

No entanto, quem procura pelo Citroën C3 pode optar pela versão Feel Pack com mesma motorização e transmissão automática, só que com preço de R$ 95.990, sendo que a diferença para a configuração First Edition fica por conta da pintura em dois tons e emblemas específicos da versão.

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Pelo sim e pelo não o Citroën se mostra como é: competitivo no preço, espaçoso e confiável para ganhar volume no mercado, tarefa encomendada a Citroën no portfólio da Stellantis.

*Com a colaboração Felipe Salomão