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Fiscal do Clima

Por que a decisão dos EUA de sair do acordo climático de Paris representa uma ameaça à economia global

Especialista em mudanças climáticas alerta sobre os riscos do ambicioso plano do presidente americano em priorizar os combustíveis fósseis

Fiscal do Clima|Luiza ZanchettaOpens in new window

Donald Trump assinou a saída do Acordo de Paris em um dos seus primeiros atos no governo Reprodução/X/@JDVanceNewsX

“Perfure, baby, perfure”. O slogan já escancara uma política negacionista do clima e da agenda verde. Afinal de contas, quem precisa de energia limpa em um país tão rico em petróleo? Quem se importa com os prejuízos causados por furacões, incêndios, enchentes e eventos climáticos extremos se o país estiver faturando alto com a indústria de combustíveis fósseis e com a exportação de gás natural?

Na prática, o recente anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assinou um decreto durante a posse para retirar o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e que causou reboliço entre cientistas e representantes governamentais, só entra em vigor mesmo em 2026.

Uma decisão um tanto arbitrária que vai na contramão não apenas do programa de transição energética elaborado pelo seu antecessor, Joe Biden, como provoca um verdadeiro revés em um esforço global em busca de financiamentos e investimentos para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa no planeta.

Mas será que fechar uma torneira e abrir outra, as de petróleo, parece ser mesmo um investimento responsável com retorno garantido? Ou financiar projetos ambientais e de descarbonização no território do segundo maior emissor de gases poluentes do planeta, traria a longo prazo resultados muito mais promissores e menos catastróficos do que se tem visto?


A ameaça mais significativa de longo prazo para a economia global é a mudança climática, que cria riscos substanciais para os sistemas humanos e naturais.

Atualmente, estamos testemunhando um aumento contínuo da temperatura, com projeções indicando um aquecimento de 2,9 °C devido às políticas em curso para mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Nesse cenário, espera-se que a economia mundial encolha em 18% nos próximos 30 anos.


Apesar da importância desse tema, os riscos climáticos são amplamente subestimados pelo mercado e são integrados aos sistemas de gerenciamento de riscos corporativos.

O Acordo de Paris

Trump foi mais além, não apenas decretou a retirada pela segunda vez do acordo que visa reduzir as emissões de carbono entre os países membros da ONU, como prometeu acabar com regras federais e incentivos a veículos elétricos.


Estaria ele mesmo comprando uma guerra interna, uma vez que governantes de estados americanos como a Califórnia, que já investiam a todo o vapor nesta transição para uma economia verde, caminham agora no lado oposto da proclamada “era dourada”?

Acompanhe no vídeo a análise sobre o tema por José Neto, especialista em mudanças climáticas e professor da FGV que falou com exclusividade ao Blog Fiscal do Clima.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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