Preocupação de pilotos com intensidade do tráfego aéreo em Washington é antiga
Mesmo aviadores mais experientes dizem que precisam navegar entre centenas de outros aviões comerciais e aeronaves militares com áreas restritas ao redor de locais sensíveis

O espaço aéreo ao redor de Washington, DC, está congestionado e complexo — uma combinação que especialistas em aviação há muito temem que possa levar a uma catástrofe, diz reportagem da Associated Press.
Esses medos se materializaram na quarta-feira à noite, quando um voo comercial operado em nome da american Airlines colidiu com um helicóptero militar, tirando a vida de 67 pessoas.
O espaço aéreo ao redor do Aeroporto Nacional Reagan, em Washington, pode desafiar os pilotos mais experientes, que precisam navegar entre centenas de outros aviões comerciais, aeronaves militares e áreas restritas ao redor de locais sensíveis.
“Era um desastre esperando para acontecer”, disse à AP Ross Aimer, um capitão aposentado da United Airlines e diretor executivo da Aero Consulting Experts.
“Aqueles de nós que estão por aqui há muito tempo têm gritado para um vácuo que algo assim aconteceria porque nossos sistemas são esticados ao extremo.”
Na verdade, a informação sobre a intensidade do tráfego na região não é novidade para quem conhece o mundo da aviação. A constatação da reportagem apenas ilustra as circunstâncias da tragédia ocorrida na noite de quarta-feira (29).
Especialistas e alguns legisladores disseram à Associated Press que estão preocupados que o espaço aéreo esteja prestes a ficar mais congestionado após a decisão do Congresso no ano passado de aliviar as restrições que limitavam o aeroporto a voos diretos dentro de 1.250 milhas (2.012 quilômetros) de Washington, com poucas exceções.
Os legisladores permitiram que as companhias aéreas lançassem novas rotas para destinos como Seattle e São Francisco. O plano alimentou um intenso debate sobre congestionamento versus conveniência, com alguns legisladores anunciando novos voos para seus estados de origem, enquanto outros alertaram sobre uma potencial tragédia. O voo que caiu na quarta-feira não fazia parte da expansão. Ele foi adicionado pela American Airlines em janeiro do ano passado em meio a uma pressão dos legisladores do Kansas por mais serviços entre Reagan National e Wichita.
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