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Sustentabilidade e agricultura familiar impulsionam a transformação no agro

Iniciativas de rastreabilidade, energia limpa e suporte a pequenos produtores revelam um novo modelo de gestão

Mundo Agro|Fabi GennariniOpens in new window

Grano Alimentos fortalece compromisso ESG e apoia agricultores familiares diante de desafios climáticos Foto cedida : Grano Alimentos

Em um cenário desafiador, marcado por eventos climáticos extremos, a Grano Alimentos reforçou em 2024 seu compromisso com a sustentabilidade no agronegócio, a governança responsável e o fortalecimento da agricultura familiar. Houve avanço nas práticas ESG, com redução significativa das emissões de gases de efeito estufa e ampliação de ações sociais e ambientais ao longo da cadeia produtiva — mesmo diante de perdas superiores a 40% na safra do Rio Grande do Sul.

Conversei com Michele Lopes, diretora de sustentabilidade da Grano, para entender melhor esses avanços.


Grano Alimentos avança na agenda ESG e reforça apoio à agricultura familiar Foto cedida : Grano Alimentos

Mundo Agro: O que motivou a Grano Alimentos a reforçar seus compromissos ESG em 2024?

Michele Lopes: A Grano Alimentos tem como um dos principais pilares a gestão sustentável da sua cadeia de fornecedores, reforçando em 2024 seu compromisso com práticas ESG. Esse movimento foi impulsionado tanto pelo alinhamento às melhores práticas de mercado quanto pela necessidade de garantir responsabilidade ambiental, social e de governança em toda a sua operação. A empresa intensificou o processo de homologação de fornecedores com base em critérios ESG, ampliou investimentos em tecnologias para rastreabilidade, segurança alimentar e apoio técnico aos produtores rurais. Além disso, os eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul reforçaram a importância de resiliência e apoio à agricultura familiar. Como parte desse compromisso, a Grano realizou sua primeira emissão de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) rotulado como Social, com recursos destinados exclusivamente ao fomento de práticas sustentáveis entre agricultores familiares.


Mundo Agro: Quais foram os principais impactos das enchentes no Rio Grande do Sul para a Grano Alimentos? De que forma a Grano Alimentos contribuiu para a recuperação das comunidades afetadas pelas enchentes?

Michele Lopes: Apesar do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que resultaram em uma perda superior a 40% do volume de produção estimado para a safra de 2024, a Grano Alimentos conseguiu preservar sua operação comercial, mantendo o atendimento aos clientes sem interrupções e garantindo o crescimento sustentável da empresa. A companhia demonstrou resiliência e agilidade ao adotar uma série de medidas para mitigar os efeitos nas regiões atingidas, com foco especial nos produtores e comunidades locais. Entre essas ações, destacam-se o mapeamento detalhado das propriedades afetadas e o adiamento dos pagamentos referentes às mudas adquiridas por agricultores prejudicados. A Grano também mobilizou sua equipe técnica para apoiar a recuperação das lavouras, visando garantir uma segunda safra com melhores resultados. No aspecto social, promoveu doações de alimentos, roupas, cestas básicas, produtos de higiene e limpeza, além de campanhas internas para arrecadação de fundos. Foram distribuídas mais de 25.000 porções de vegetais a instituições sociais, hospitais, escolas e orfanatos, reforçando seu compromisso com a segurança alimentar e o apoio às populações vulneráveis.


Mundo Agro: Como a Grano apoia a agricultura familiar em sua cadeia produtiva?

Michele Lopes: A Grano apoia fortemente a agricultura familiar por meio de um modelo de parceria semi-integrado, no qual fornece mudas de alta qualidade, suporte técnico contínuo e garante a compra da produção com contratos que têm preços definidos antes mesmo do plantio. A empresa conta atualmente com cerca de 120 produtores homologados, localizados em mais de 30 municípios do Rio Grande do Sul, com maior concentração em regiões como Ibiraiaras, David Canabarro e Arvorezinha. Esses produtores recebem capacitações frequentes, visitas técnicas e orientações sobre boas práticas agrícolas, o que contribui para o aumento da produtividade, redução de perdas e fortalecimento da permanência das famílias no campo. Em 2024, a Grano também captou R$ 70 milhões por meio de um CRA Social, com recursos direcionados exclusivamente à compra de matéria-prima da agricultura familiar, beneficiando cerca de 100 produtores da sua cadeia. Além disso, a empresa mantém o programa “Cultivando Parcerias”, com foco em apoio socioambiental e treinamentos regulares, promovendo o desenvolvimento sustentável do setor.

Mundo Agro: Quais foram os principais resultados ambientais alcançados pela Grano em 2024?

Michele Lopes: A Grano Alimentos realizou, pela segunda vez, o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Desenvolvido com base na metodologia GHG Protocol, amplamente reconhecida e adotada por empresas e governos em todo o mundo, concretizaram-se metas de redução de das emissões de efeito estufa relacionados à refrigeradores, combustíveis utilizada na frota, empilhadeiras, tratamento de efluentes, entre outros. Com ações desde 2021 visando o aumento da eficiência energética e redução do consumo de energia - com implementação de clarabóias, substituição integral de lâmpadas incandescentes, fluorescentes e de descarga e empilhadeiras movidas à base de lítio. Aliás, todo consumo de energia elétrica da Grano é exclusivamente de fontes renováveis, com eficiência energética de 303 kWh por tonelada produzida. A nossa meta até 2033 é reduzir 54% de gases de efeito estufa.

Mundo Agro: Como a empresa conseguiu reduzir suas emissões de gases de efeito estufa?

Michele Lopes: Essa redução foi impulsionada principalmente pela diminuição no consumo de combustíveis fósseis em suas operações, com destaque para a frota de veículos leves e equipamentos industriais, refletindo um avanço significativo em eficiência energética e gestão ambiental.

Mundo Agro: De que forma os resíduos vegetais estão sendo reaproveitados na empresa?

Michele Lopes: Os resíduos vegetais são usados principalmente para compostagem ou alimentação animal.

Mundo Agro: Quais são as metas da Grano em relação ao consumo de energia e água até 2030?

Michele Lopes: Estamos focados este ano na estruturação do nosso programa de redução, o que é um passo importante para definirmos metas concretas a seguir. Já para o consumo de água, temos uma meta estabelecida de reduzir em 5% até 2030.

Mundo Agro: O que é o super congelamento IQF e como ele está ligado à sustentabilidade?

Michele Lopes: O super congelamento IQF (Individual Quick Frozen) é uma tecnologia utilizada pela Grano para congelar individualmente os vegetais logo após a colheita. Esse processo rápido preserva características importantes dos alimentos, como sabor, cor, textura e, principalmente, os nutrientes, garantindo um produto final saudável e de alta qualidade. Além disso, o IQF dispensa o uso de conservantes, já que o congelamento imediato impede o crescimento de microrganismos. Do ponto de vista da sustentabilidade, essa tecnologia contribui para a redução de desperdícios ao aumentar a vida útil dos alimentos, permitindo seu consumo por mais tempo sem perda de qualidade. Como os vegetais são processados em um curto intervalo entre a colheita e o congelamento, há também menor necessidade de transporte e armazenamento prolongado, o que reduz o impacto ambiental da cadeia produtiva.

Mundo Agro: Como a tecnologia de rastreabilidade contribui para a segurança do alimento na Grano Alimentos?

Michele Lopes: A Grano utiliza tecnologias digitais como aplicativos de caderno de campo para garantir a rastreabilidade total da sua produção, desde o plantio até a colheita. Essas ferramentas registram todas as etapas realizadas no campo, permitindo o acompanhamento detalhado de cada lote. Esse sistema assegura que os produtos estejam em conformidade com os padrões de qualidade e segurança alimentar exigidos pela empresa. Além disso, o uso de rastreabilidade fortalece a transparência com os consumidores e facilita a identificação e correção de eventuais problemas na cadeia produtiva, contribuindo diretamente para a oferta de alimentos mais seguros e confiáveis

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