Abelhas influenciam no número e no peso dos grãos no cultivo de arroz, revela pesquisa
Resultados preliminares indicam que a polinização desses insetos é determinante para a produção

Uma pesquisa realizada pela Embrapa revelou que a polinização feita pelas abelhas influenciam no número e no peso dos grãos no cultivo de arroz.
Resultados preliminares indicam que a polinização desses insetos é determinante para a produção, respondendo por 50% da quantidade de grãos e 56% do peso da produção.
Os experimentos foram realizados nas plantações da variedade arroz anã, cultivada por agricultores familiares no centro-norte do Estado do Rio de Janeiro.
Uma parte do cultivo ficou exposto à ação das abelhas e outra foi protegida da aproximação dos insetos. A pesquisadora Mariella Uzêda explicou que foram usados dois tipos de sacos para isolar as flores de arroz.
Um de organza, impediu a ação tanto das abelhas quanto do vento. Neste caso, ficou suscetível apenas à autopolinização.
O outro, de filó, excluiu a ação das abelhas, o que possibilitou tanto a autopolinização quanto a anemofilia (polinização por meio do vento).
“Subtraindo um do outro vemos exatamente o efeito dos polinizadores e podemos calcular efetivamente o serviço ecossistêmico”, disse Mariella Uzêda, pesquisadora da Embrapa Agrobiologia.
A planície de plantio de arroz anã encontra-se em um vale e recebe pouco vento durante o período de polinização da cultura, geralmente entre novembro e março.
“A intenção foi entender o quanto essa quase ausência de vento é determinante na produção do arroz anã”, comentou Uzêda.
Outra parte do estudo analisa se as abelhas estão na região por existirem apiários próximos ou em por causa das características do vale, que é de muita vegetação.
“Se a participação das abelhas nativas na comunidade for grande, isso pode estar associado à grande presença de mata na paisagem. Se tivermos uma rica comunidade de abelhas, também vamos estudar se isso interfere nas características do grão”, completou a pesquisadora.
“Explicando melhor, isso indica que, sem as abelhas, a produção nessa região seria 56% menor em peso e teria apenas 50% do número de grãos. Esse é um dado importantíssimo”, resume a pesquisadora.